O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta terça-feira (18) estar preocupado com uma eventual denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele por tentativa de golpe de Estado. O órgão deve apresentar a acusação formal ao Supremo Tribunal Federal ainda nesta semana.
“Não tenho nenhuma preocupação com as acusações. Zero”, disse o ex-governante a jornalistas após almoço com senadores da oposição.
A denúncia deve se basear, em parte, no relatório da Polícia Federal, que concluiu que Bolsonaro e aliados articularam um plano para permanecer no poder mesmo após a derrota nas eleições de 2022.
O documento aponta que houve a elaboração de uma “minuta do golpe” e uma série de tentativas de deslegitimar o processo eleitoral, incluindo ataques às urnas eletrônicas e pressões sobre as Forças Armadas para validar teses sem embasamento técnico.
Bolsonaro também afirmou que vem conversando com presidentes de partidos – como o do PSD, Gilberto Kassab – sobre o projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. “Eu acho que na Câmara já tem quórum para aprovar anistia”, declarou.
O ex-presidente criticou ainda a Lei da Ficha Limpa e voltou a afirmar que a norma tem sido usada para “perseguir” a direita no Brasil.
“A Lei da Ficha Limpa está sendo usada para beneficiar a esquerda e perseguir a direita. A Dilma foi cassada aqui [no Senado]. Acharam uma gambiarra e tornaram ela elegível. O Lula tiraram da cadeia, anularam os três processos, porque tinha dois que o tornavam inelegível, e foi disputar eleição. Sérgio Cabral está elegível. O que eles fizeram que eu fiz? Justifica me tornar inelegível porque me reuni com embaixadores? É negar a democracia não deixar eu disputar”, aifrmou Bolsonaro.