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Mudança na versão da delação de Mauro Cid fundamentou a prisão de Braga Netto

Braga Netto foi preso nesta manhã de sábado (14), alvo das investigações que apuram suposta tentativa de golpe

Braga Netto é o primeiro general de quatro estrelas preso na história do Brasil

Uma mudança de versão na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid teve influência na prisão do general Walter Braga Netto. A decisão foi do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Polícia Federal (PF) afirmou, na representação pela prisão de Braga Netto ao Supremo, que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, apresentou depoimentos “dissonantes” sobre reuniões entre militares após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Uma delas foi a que ocorreu na casa de Braga Netto, em Brasília, no dia 12 de novembro de 2022.

Braga Netto foi preso nesta manhã de sábado (14).

Depoimentos de Cid

De acordo com a Polícia Federal, no primeiro depoimento, dado em 11 de março de 2024, o tenente-coronel Mauro Cid mencionou uma reunião na casa do general Braga Netto, na qual militares teriam discutido temas como a importância das manifestações e o pedido de intervenção militar. Cid afirmou que não se lembrava com clareza, mas acreditava ter saído mais cedo do encontro para retornar ao Palácio do Alvorada, residência oficial do presidente Bolsonaro.

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No segundo depoimento, dado em 21 de novembro de 2024, Cid revelou detalhes adicionais sobre outro encontro, informações que não haviam sido mencionadas antes. Esse depoimento aconteceu após a PF descobrir omissões em sua delação, como mensagens apagadas de seu celular.

“Alguns dias após [a reunião de 12 de novembro], o general Braga Netto entregou dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação. O dinheiro foi entregue numa sacola de vinho. O general Braga Netto afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio”.

Com isso, o ministro Alexandre de Moraes reafirmou a validade da colaboração, alertando que as omissões poderiam resultar na anulação do acordo de delação.


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Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia.