Após cerca de um mês de expectativas, série de reuniões e pressão do mercado financeiro, o governo federal confirmou que o pacote de corte de gastos prevê uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos.
Dentre as ações que serão encaminhadas para votação do Congresso Nacional, está a taxação de super-ricos, aumento da isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas que recebem até R$ 5 mil e regras mais duras para o recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.
Os números foram apresentados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em pronunciamento em rede nacional na noite desta quarta-feira (27).
“Para garantir os resultados que esperamos, em caso de déficit primário, ficará proibida a criação, ampliação ou prorrogação de benefícios tributários”, disse o ministro.
A proposta ainda será analisada pelo Congresso Nacional. Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estiveram no Palácio do Planalto nesta quarta, onde foram recebidos pelo presidente Lula (PT). Líderes do governo no Congresso também participaram do encontro.
Após a reunião, o deputado José Guimarães, líder do governo na Câmara, afirmou que a intenção da equipe econômica é que a contenção de gastos seja de R$ 30 bilhões em 2025 e de R$ 40 bilhões em 2026.
O deputado também disse que a expectativa é votar a proposta de Emenda à Constituição (PEC) com os cortes de gastos nas próximas três semanas, deixando a reforma sobre a renda, que será tratada em um projeto de lei complementar, para o ano que vem.
Já o líder do PT na Câmara, Odair Cunha (PT-MG), declarou que Haddad deve se reunir com as bancadas para explicar as propostas nos próximos dias.
Um encontro do ministro da Fazenda com os líderes do Senado também está agendado para esta quinta-feira (28), às 9h45.