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Zanin atende AGU e estica prazo para sanção do acordo sobre desoneração das empresas

Proposta foi aprovada na madrugada de quarta-feira, no último dia concedido pelo STF para que o Executivo e o Legislativo entrassem em consenso sobre o assunto

Cristiano Zanin atendeu pedido da AGU e prorrogou o prazo para sanção do acordo sobre a desoneração da folha de pagamento

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, atendeu ao pedido feito nesta madrugada pela Advocacia-Geral da União (AGU) e concedeu mais três dias de prazo para que o governo sancione a proposta de compensação da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia, aprovado na noite de quarta-feira (11) pela Câmara dos Deputados.

Caso o pedido de adiamento para sanção do acordo não fosse aceito, as empresas e municípios beneficiados pela desoneração precisariam retomar o pagamento dos impostos a partir desta quinta-feira.

Agora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem até o dia 15 para dar seu aval ao projeto que foi votado no último dia concedido pelo ministro para que a União e o Legislativo chegassem a um consenso sobre o tema.

Por conta do tempo apertado e das obstruções feitas em plenário, apenas o texto base da proposta foi aprovado pelos deputados. Os demais destaques foram analisados na manhã desta quinta-feira (12).

A última emenda a ser analisada tratava da apropriação dos depósitos judiciais e de recursos esquecidos nos bancos pelo Tesouro Nacional.

Na sessão desta quinta-feira, a medida foi aprovada por 231 a favor e 54 contrários. Agora, o texto está pronto para ser enviado à sanção do presidente Lula.

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Em geral, o texto fruto do acordo entre o Congresso e o governo prevê a reoneração da folha a partir de 2025. O benefício foi criado em 2011 e deveria substituir a Contribuição Previdenciária Patronal de 20% sobre a folha salarial por alíquotas entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta.

Apesar do caráter provisório, a medida foi sendo prorrogada ao longo dos anos, até que o governo e o Congresso chegaram a um impasse sobre a manutenção desse benefício. A regra é válida para os 17 setores que mais empregam no país, além de municípios com até 156 mil habitantes - que foram incluídos pelos parlamentares na última prorrogação.

Agora, o benefício fiscal será reduzido de maneira progressiva entre 2025 e 2027. A partir de 2028, a cobrança total de 20% da Contribuição Previdenciária Patronal volta ser feita de forma integral.

Nesse período de dois anos, a compensação pelas perdas na arrecadação deverá ser feita através de renegociações de dívidas das agências reguladoras, um pente-fino em benefícios sociais feito pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a repatriação de recursos internacionais, além de outras medidas aprovadas pelo Congresso.

A estimativa da Receita Federal é de que a desoneração causará um rombo de R$ 26 bilhões neste ano.


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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio