O presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), Durval Ângelo, e a deputada estadual e Presidenta da Comissão de
O homem é responsável pelo caso da
Segundo Bella Gonçalves, que afirmou acompanhar o processo de perto pela Comissão de Direitos Humanos, a atuação de Heringer é “absolutamente atípica, duvidosa e de blindagem”.
“Ele concluiu no inquérito que o laudo da Polícia Civil que falava que Thainara tinha sido asfixiada poderia ser simplesmente desconsiderado, absorvendo então a conduta dos policiais ainda na fase de inquérito, antes mesmo de realizar qualquer denúncia que pudesse ser encaminhada ao Tribunal de Justiça, aceitando, na fase de inquérito, argumentos da defesa dos policiais militares e desconsiderando as inúmeras fraudes processuais que aconteceram nesse dia”, afirmou Bella.
Mulher de 18 anos morre após abordagem policial em Governador Valadares
— Itatiaia (@itatiaia) November 15, 2024
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A deputada citou como fraude processual a retirada e a descaracterização do local onde ocorreu a morte: o camburão de uma viatura da Polícia Militar (PM).
Ela questionou, ainda,
“Por esse motivo, conversando com o Durval, nós decidimos fazer uma denúncia ao Conselho Nacional do Ministério Público e vamos conversar também com o procurador Paulo de Tarso para que possa rever a conclusão desse inquérito e a apresentação da denúncia pelo promotor Guilherme Heringer”, explicou Gonçalves.
‘Passado muito duvidoso’
Durval Ângelo revelou que foi procurado pela família da vítima e pelos profissionais de saúde denunciados pelo promotor e questionou o passado do promotor, que chamou de “duvidoso”.
“Eu fiquei chocado pelo seguinte: primeiro, é um promotor que tem um passado muito duvidoso. Ele assassinou duas pessoas, atropelou ali na região de Guanhães, São João Evangelista e se negou a fazer exame de bafômetro, estava embriagado. E em Guanhães ele agrediu a sua mulher, que está hoje correndo com segredo de Justiça. Então, é um violador da lei Maria da Penha. E teve a proteção de policiais militares quando foi abordado após o assassinato de duas pessoas, uma criança dança e um adulto. Ele estava dirigindo, segundo todas as testemunhas, embriagado. E esse mesmo promotor teve uma atuação péssima no caso”, afirmou Ângelo.
O presidente do TCE-MG questionou, ainda, o pedido de laudo para um médico do Ministério Público, após a necrópsia do Instituto Médico Legal (IML) apontar que a causa da morte foi enforcamento.
“Tem outra coisa: ele não denuncia os policiais pela violência, pelo abuso de autoridade, ele desconhece tudo isso e não os denuncia por algo fundamental. É crime a descaracterização do local do crime. Tiraram a vítima do local, foram no lava jato e lavaram a viatura policial. Então, se ele concluísse que os policiais não foram responsáveis pelo homicídio, ele teria que apurar e denunciar a violência policial, o arbítrio”, argumentou.
“No mínimo, ou houve prevaricação do promotor, para não dizer até fraude processual. É um absurdo”, acrescentou.
Deputada ameaçada
Durval Ângelo denunciou, também, que a deputada Bella Gonçalves vem sendo ameaçada pela atuação no caso.
“Ela foi ameaçada, está sendo ameaçada, e é bom que os policiais, violadores de direito, saibam que a deputada não vai estar sozinha”, afirmou ele.
‘Entregaram ela na UPA dizendo que a acharam na rua’
Reginaldo Francisco, pai de Thainara, também questionou a atuação policial e contou que os militares levaram a jovem na UPA afirmando que a encontraram caída na rua.
“Foi uma coisa absurda. Por exemplo, eles entregaram ela na UPA falando que não conheciam a vítima porque achou ela caída na rua, que talvez fosse uma possível briga de rua. Se eles pegaram ela no local da ocorrência e levaram para UPA, como deram entrada como se não conhecessem ela?”, questionou.
“E com tanta testemunha que teve, os laudos periciais, as imagens, os depoimentos. Foi própria polícia que investigou. É claro que eles que tiraram a vida da minha filha e isso é uma coisa absurda. Desculpa falar isso, mas parece que tem parcialidade no promotor e autoridades policiais de Governador Valadares”, desabafou Reginaldo.
Por fim, o homem denunciou que o apartamento de onde Thainara foi levada foi invadido por policiais e destruído.
“Eles também voltaram a invadir a casa depois disso. Eu tive que trazer a família para Belo Horizonte para ter sossego. Depois desse caso todo, eles voltaram no mesmo apartamento, o apartamento estava alugado, eles invadiram, quebraram tudo de novo, perdeu o inquilino, o aluguel”, completou Francisco.
A Itatiaia entrou em contato com o Ministério Público de Minas Gerais e aguarda retorno.