Líder nacional de leucemias agudas do grupo Oncoclínicas, o médico Evandro Fagundes explica para que serve o remédio de manutenção para pacientes com este tipo de doença. “São medicamentos que têm por finalidade impedir ou retardar uma recidiva da doença após o transplante”, destaca.
“Essa é uma forma de tratamento que do ponto de vista teórico é bastante interessante, mas ainda do ponto de vista prático ela tem alguns pontos ainda duvidosos”, comenta o médico, que esclarece. “Hoje, a gente tem, basicamente, os seguintes cenários: pacientes com leucemia mieloide aguda que têm determinadas alterações genéticas, por exemplo, mutação do gene FLT3, de modo geral, fazem tratamento com quimioterapia, transplante de medula e podem usar uma droga específica para inibir o gene”.
Conforme o médico, existem pessoas que têm leucemia mieloide aguda e fazem manutenção, porém “não tem uma droga específica para inibir determinado gene”. Mas, hoje, “nós temos uma droga chamada Azacitidina, que é com frequência utilizada nesse contexto. Existem estudos que mostraram benefício em se usar Azacitidina com manutenção pós-transplante e existem outros estudos nos quais esses benefícios não ficaram claros, não ficaram evidentes”.
Porém, o remédio de manutenção não é indicado a todos os pacientes. “Não dá pra nós generalizarmos essa prática em todos os cenários”, pontua.
Importância da medicação
Evandro Fagundes explica a importância do remédio de manutenção para pacientes que fazem uso dele. “Em tese, é fazer com que o paciente não tenha uma recidiva após o transplante. Não é exatamente para recuperar do transplante, mas é manter a leucemia sob controle após o transplante”, afirma.
"É esse o conceito que está por trás. Obviamente, por conta desse conceito e por conta daqueles dados favoráveis e outros nem tanto, acaba ocorrendo uma certa seleção clínica dos pacientes que são submetidos a esse tipo de tratamento”, acrescenta.
Segundo o médico, a seleção é baseada em fatores de risco do paciente. “Então, por exemplo, existem pacientes cuja leucemia tem fator de risco mais agressivo e cujo o valor teórico da manutenção faz mais sentido do que em pacientes que têm aspectos menos agressivos da doença, com menos risco de recidiva, e, nesses pacientes, talvez a manutenção com Azacitidina faça um pouco menos sentido”.
Fagundes destaca que o remédio provavelmente não será tomado pelo resto da vida. “Não existe uma definição clara de qual é o tempo exato que a gente deve utilizar a manutenção, mas Azacitidina de um modo geral a gente utiliza por um ano após o término do transplante.”
“Com relação a inibidores do gene FLT3, esse prazo também é um pouco menos estabelecido, mas pode se usar por até dois anos. Com relação a inibidores do gene BCR ABL, geralmente a gente utiliza por dois ou até mais após o transplante”, completa.
Periodicidade
O médico explica que a periodicidade depende do tipo de manutenção realizada, assim como da droga. No caso da Azacitidina, “ela é subcutânea, se usa por cinco dias a cada quatro semanas, aproximadamente, por um prazo de 12 meses”.
“No caso dos inibidores de FLT3, inibidores de gene BCR ABL, que são mutações que podem acontecer em leucemias agudas, esses medicamentos são orais, ou seja, são comprimidos. Então o paciente usa diariamente como comprimido por um prazo de dois anos ou três anos, eventualmente.”
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