Após a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promover, na terça-feira (1º),
Na terça-feira, servidores e estudantes de diversos campus da Universidade marcaram presença na audiência pública promovida pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa que discutia dois projetos de lei que tramitam na Casa e envolvem a instituição.
- PL 3.738/2025: autoriza o Estado a transferir a gestão da UEMG para o governo federal.
- PL 3.733/2025: autoriza o Executivo a transferir para a União imóveis de propriedade do Estado — incluindo bens que são atualmente da UEMG — como forma de amortecer a dívida de Minas com a União.
“Aparentemente, a reitora não confia no governo federal de jeito nenhum. Eu também não. Nisso, nós temos algo em comum”, disse Simões.
A reitora da UEMG, Lavínia Rosa, participou da audiência na ALMG. Ela criticou a proposta de federalização e afirmou que o governo estadual atropela o conselho universitário e viola a autonomia da instituição ao tomar decisões sem a consulta prévia. “Não é possível que a Assembleia autorize o governador a vender algo que seja da universidade sem a aprovação do conselho. Isso é o que diz a autonomia patrimonial”, declarou.
O vice-governador se mostrou surpreso com a insatisfação dos alunos e servidores na UEMG com a proposta, já que acreditava que a instituição queria ser uma “federal”. “É tão baixa a confiança no governo federal que, nesse momento, nem a universidade pública, que sempre foi uma bandeira do PT, quer se transformar em algo submetida a eles. Temos isso em comum. Se o problema for essa gestão, ela passa e acaba. Se a UEMG estiver com medo só desse governo, podemos fazer salvaguardas para garantir que não haja prejuízo”, declarou.
Bens da universidade
Na visão de Simões seria “injusto” manter imóveis que pertencem à UEMG, mas que, segundo ele, não seriam utilizados. O vice-governador deu como exemplo um prédio da instituição na avenida Antônio Carlos, na região da Pampulha, avaliado em R$ 45 milhões, e outro localizado na avenida José Cândido da Silveira, avaliado em R$ 50 milhões. “A universidade compreende isso? Nós vamos seguir com tranquilidade, mesmo com todo o movimento que foi feito ontem, durante a audiência pública”, afirmou.
Três secretários de governo acompanharam a audiência na ALMG na terça-feira: o secretário de Educação, Igor Alvarenga; de Fazenda, Luiz Cláudio; e de Planejamento e Gestão, Silvia Caroline Dias.
O governo informou que a UEMG teria, atualmente, 50 bens, incluindo lotes e imóveis espalhados nos municípios mineiros. Desses, nove estariam em uso e cinco seriam subutilizados. A maior parte do patrimônio da universidade, segundo a secretaria de Planejamento e Gestão, estaria no município de Ituiutaba, seguido por Passos, Belo Horizonte e Carangola.