PSDB de Minas acusa Lula de relegar o estado ao escolher Messias para o STF

Presidente do PSDB-MG, Paulo Abi-Ackel, afirma que Lula priorizou o alinhamento com o PT ao indicar Messias para ser ministro do Supremo

Abi-Ackel disse que Lula privilegiou um “amigo do peito” ao escolher um ministro para o STF

O deputado federal Paulo Abi-Ackel, presidente do PSDB em Minas Gerais, criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por escolher o advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga do Supremo Tribunal Federal (STF) aberta pela aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. Em um artigo compartilhado com a imprensa, o parlamentar afirma que o petista relega o estado a coadjuvante em seu plano de poder.

Lula escolheu Messias ao invés do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com quem nutria uma proximidade desde que retornou para o Palácio do Planalto em 2023. O petista gostaria que o Pacheco fosse seu candidato ao governo do estado em 2026, mas o desejo do parlamentar era uma vaga no Supremo.

No texto, Abi-Ackel destaca o papel decisivo de Minas Gerais nas eleições, mas afirma que o estado é deixado de lado quando se trata de ocupar espaços reais de poder nas instituições da República. Ele disse que o governo federal trata o estado como “peça secundária em um tabuleiro dominado por conveniências do PT”.

Sem citar o nome dos dois candidatos ao Supremo, Abi-Ackel fez uma comparação entre os dois perfis e disse que Pacheco tem uma carreira sólida na advocacia e na vida pública. Apesar de reconhecer a qualificação de Messias, o deputado disse que Lula privilegiou o alinhamento com o PT.

“Em vez de valorizar a experiência acumulada na defesa de teses de alta relevância jurídica e na condução do Congresso Nacional, opta-se por privilegiar o ‘amigo do peito’. Quando a escolha se orienta mais pela lealdade política do que pela vivência plural nas instituições, o recado é claro: importa mais o círculo íntimo do presidente do que o equilíbrio da federação e a qualidade do debate público”, disse Abi-Ackel.

O caminho de Messias até o Supremo

Até vestir a toga de ministro, o AGU terá um longo caminho para convencer os senadores a aprovarem seu nome. O primeiro passo do processo é a indicação ser aceita na Casa Alta pelo seu presidente, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que deve submeter o pedido à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Não há um prazo regimental para que a indicação seja pautada.

Depois, Messias será levado para uma sabatina na CCJ, onde será questionado pelos 27 senadores membros do colegiado por uma série de assuntos, em uma sessão que dura em média de 8 a 12 horas. Nessa etapa, o AGU precisa ser aprovado por uma maioria simples em votação secreta.

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A indicação então vai seguir para o plenário do Senado, o que geralmente ocorre no mesmo dia. Nesse caso, a indicação deve ser aprovada pela maioria absoluta dos parlamentares, ou seja, pelo menos 41 dos 81 senadores. Somente no fim desse processo Messias poderá tomar posse no STF.

Cabe lembrar que o PSDB conta com três senadores: Oriovisto Guimarães, do Paraná, Plínio Valério, do Amazonas, e Styvenson Valentim, do Rio Grande do Norte.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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