Após suspeita de fuga de Ramagem, PSOL pede ao STF prisão de condenados por golpe

Partido quer detenção de ex-ministros e militares por risco de evasão; Ramagem teria viajado aos EUA mesmo proibido de deixar o país

Alexandre Ramagem, deputado federal pelo Partido Liberal e ex-diretor da Abin.

O PSOL protocolou no Supremo Tribunal Federal um pedido para que o ministro Alexandre de Moraes determine a prisão preventiva de militares e ex-integrantes do governo Bolsonaro condenados pela tentativa de golpe de Estado em 2022. A solicitação ocorre após Polícia Federal abrir uma investigação para apurar um possível fuga do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), também condenado no caso. Conforme relevado pelo site PlatôBR, o deputado estaria com a família em Miami, nos Estados Unidos.

Apesar das condenações, parte dos envolvidos no chamado núcleo 1 do plano golpista segue cumprindo a pena em liberdade enquanto o processo é concluído. No pedido apresentado ao STF, o PSOL sustenta que há “risco concreto de evasão” e afirma que os citados “possuem alto grau de influência política e militar, recursos para deixar o país e redes de apoio capazes de frustrar a aplicação da lei penal”.

O pedido enviado ao STF inclui o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e os ex-ministros Augusto Heleno, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira. O partido ainda solicita que, caso a viagem de Ramagem seja confirmada, sejam adotadas medidas para localizá-lo e trazê-lo de volta ao Brasil.

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Durante as investigações sobre a tentativa de golpe, Ramagem foi proibido por Moraes de deixar o país e teve de entregar todos os passaportes. Não há informações públicas de que os documentos tenham sido devolvidos. A Câmara dos Deputados afirmou na quarta-feira (19) não ter recebido qualquer aviso sobre eventual saída do parlamentar do Brasil e disse não existir autorização para que ele participe de missão oficial no exterior.

A Casa também informou que o deputado apresentou atestados médicos cobrindo o período de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro. Mesmo assim, registros oficiais mostram que Ramagem participou de votações nesses intervalos - inclusive em uma sessão presencial.

Apesar da saída do país estar em investigação, Ramagem ainda não é considerado foragido.

O núcleo 1 do caso reúne ainda o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica; o general Walter Braga Netto, preso no Rio de Janeiro desde dezembro de 2024; e o tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada e já começou a cumprir pena.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio

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