‘Produtos brasileiros ficam mais competitivos’, diz economista sobre retirada de tarifas

Segundo Trump, decisão foi tomada após as negociações com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

A decisão de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de zerar a sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros importados pelos norte-americanos é vista com bons olhos por economistas. De acordo com João Pedro Revoredo, pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas, da Universidade Federal de Minas Gerais (Cedeplar-UFMG), o anúncio desta quinta-feira (20) faz com que as mercadorias produzidas em nosso país fiquem “mais competitivas frente a concorrentes internacionais”.

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“O importador norte-americano vai olhar as opções internacionais e escolher muitas vezes via preço. Por isso, essa decisão dos Estados Unidos tem potencial de impulsionar os produtos brasileiros no mercado norte-americano”, explica. Ainda conforme Revoredo, as taxas que vinham sendo aplicadas afetavam diretamente o povo dos Estados Unidos. “Todos os produtos ficam mais caros por lá. O consumidor final paga a mais por causa da sobretaxa de importação”, conclui.

Segundo Trump, a decisão foi tomada após as negociações com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), onde ele afirmou que recebeu mais informações sobre os negócios com Brasília. A ação reverte o decreto de 30 de julho, onde o republicano citava necessidade de “emergência nacional” em razão das políticas e ações “incomuns” do governo brasileiro.

Agora, o presidente dos Estados Unidos vai pagar um reembolso para os exportadores dos produtos isentados retroativo a 13 de novembro, quando ele já havia acabado com as tarifas recíprocas de 10% para esses produtos. “Em meu entendimento, essas modificações são necessárias e apropriadas para lidar com o estado de emergência nacional declarado no Decreto Executivo 14323”, disse Trump.

Trump ainda citou as conversas particulares que teve com o presidente Lula, em especial o telefonema do dia 6 de outubro onde concordaram em negociar o tarifaço, como um dos fatores que contribuíram para ter novas informações sobre o comércio com o Brasil.

A lista de produtos isentados inclui centenas de itens do agronegócios brasileiro. Também foram isentos frutas como banana, açaí, cacau, castanha do Pará, abacaxi, laranja, abacate, dentre outros. No geral, foram isentos produtos que não são cultivados em solo norte americano, ou que possuem pouca expressividade no agro local.

Na última quinta-feira (13), os Estados Unidos já haviam anunciado a isenção das tarifas recíprocas de 10% impostas em abril. No entanto, as sobretaxas haviam sido mantidas a sobretaxa de 40% que foi criada em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no Supremo Tribunal Federal, por tentativa de golpe.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.
Formado em Jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), é chefe de reportagem na Itatiaia. Trabalhou durante 10 anos no jornal Estado de Minas, onde foi estagiário, repórter, capista, subeditor e editor-assistente do em.com.br e do portal UAI. Também colaborou com matérias para o portal UOL e foi assessor de imprensa no Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM).

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