Valdir Barbosa | ‘Tarifaço Trump’ de 40% é um desastre para o café brasileiro

E se os americanos se acostumarem com os novos sabores dos cafés que estão chegando aos EUA? Por isso, o setor cafeeiro teme a perda de seu principal e fiel cliente durante várias décadas

Café brasileiro pode ser prejudicado com tarifaço

Amigas e amigos de Agro!

Começar tudo de novo!

Foram as palavras do diretor de Comunicação Corporativa da Cooxupé, Jorge Florêncio, com quem conversei ontem à tarde. O café precisa reencontrar um novo ponto de partida!

Desde quando Trump anunciou que novas tarifas seriam cobradas de produtos brasileiros, o setor tinha como certa a isenção do café, por ser um produto totalmente aceito nos EUA e sem concorrência no mercado americano.

E o café foi igualmente tarifado. Mesmo com o intercâmbio comercial feito pelo Cecafé em todo o mercado internacional, principalmente o dos Estados Unidos, Trump atropelou.

Com a tarifa atual caindo para 40%, a situação piorou para o Brasil porque nossos concorrentes estão com tarifa zero. Isso significa que o Brasil perde poder de competição no mercado americano. É também a opinião do diretor-geral do Cecafé - Conselho dos Exportadores do Brasil - Marcos Matos.

A preocupação ainda é maior com a perda no espaço dos blends (mistura de grãos) espaço que aos poucos vai sendo ocupado pela Colômbia, Costa Rica, Etiópia, Vietnã e Indonésia.

A qualidade do café brasileiro é das melhores, porém com o tempo os americanos vão se acostumando com o sabor de outros cafés, podendo criar um quadro irreversível para os produtores brasileiros.

Nesse mercado do café especial, o Brasil registrou queda de 55% nas exportações depois do tarifaço. No mesmo período ano passado foram embarcadas 412 mil sacas, caindo agora para 190 mil.

E mesmo com os baixos estoques do café pelo mundo, redirecionar cafés especiais para outros países não é uma tarefa tão simples assim. Por isso, vem a preocupação dos produtores e exportadores.

Itatiaia Agro, Valdir Barbosa.

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Produtor rural no município de Bambuí, em Minas Gerais, foi repórter esportivo por 18 anos na Itatiaia e, por 17 anos, atuou como Diretor de Comunicação e Gerente de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube. Escreve diariamente sobre agronegócio e economia no campo.

A opinião deste artigo é do articulista e não reflete, necessariamente, a posição da Itatiaia.

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