Itamaraty se manifesta sobre decisão de Trump de retirar tarifa de 40%; leia

Presidente dos Estados Unidos assinou documento que suspende tarifa adicional de 40% de alguns produtos brasileiros

Itamaraty afirmou ter recebido com “satisfação” a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump

O Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) afirmou ter recebido “com satisfação” a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de revogar a tarifa adicional de 40% sobre produtos agropecuários importados do Brasil. O decreto que encerra a cobrança sobre café, carne e várias frutas foi assinado nesta quinta-feira (20).

“O governo brasileiro reitera sua disposição de continuar o diálogo como meio de solucionar questões entre os dois países, em linha com a tradição de 201 anos de excelentes relações diplomáticas”, disse em nota. Ainda de acordo com o posicionamento, as negociações seguirão até a “retirada das tarifas adicionais sobre o restante da pauta de comércio bilateral”.

Decisão de Trump

No comunicado divulgado pela Casa Branca, Donald Trump citou a ligação que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro, como um dos motivos que o levaram a acabar com o tarifaço sobre alguns produtos do agronegócio brasileiro. A negociação é um dos pontos de destaque da nota divulgada pelo Itamaraty.

“O enunciado da Ordem Executiva que implementa a medida faz menção à conversa telefônica do presidente Lula com o presidente Trump em 6 de outubro, quando decidiram iniciar as negociações sobre as tarifas”, destacou a pasta.

O comunicado brasileiro também reforça a orientação recebida por Trump para não taxar alguns produtos brasileiros. O presidente dos EUA citou a recomendação ao justificar o fim das tarifas adicionais.

“Acrescenta que o presidente Trump recebeu recomendações de altos funcionários de seu governo de que certas importações agrícolas do Brasil não deveriam mais estar sujeitas à tarifa de 40%, em função do avanço inicial das negociações com o governo brasileiro”, citou o Itamaraty.

Decisão

A decisão de Donald Trump é retroativa a 13 de novembro, data que coincide com o dia da última reunião entre o ministro Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio, em Washington. Na ocasião, foram debatidos meios “de avançar nas tratativas bilaterais para a redução das tarifas sobre os produtos.

Leia o comunicado do Itamaraty na íntegra

“O governo brasileiro recebeu hoje (20/11), com satisfação, a decisão do governo dos Estados Unidos de revogar a tarifa adicional de 40% para uma série de produtos agropecuários importados do Brasil.

Estarão isentos de tarifa vários tipos de carne, café e várias frutas (como, por exemplo, manga, coco, açaí, abacaxi).

O enunciado da Ordem Executiva que implementa a medida faz menção à conversa telefônica do Presidente Lula com o Presidente Trump em 6 de outubro, quando decidiram iniciar as negociações sobre as tarifas.

Acrescenta que o Presidente Trump recebeu recomendações de altos funcionários do seu governo de que certas importações agrícolas do Brasil não deveriam estar mais sujeitas à tarifa de 40% em função do “avanço inicial das negociações” com o governo brasileiro.

A medida é retroativa a 13 de novembro, data que coincide com o dia da última reunião entre o Ministro Mauro Vieira e o Secretário de Estado Marco Rubio em Washington, na qual se discutiram meios de avançar nas tratativas bilaterais para a redução das tarifas sobre os produtos brasileiros.

O governo brasileiro reitera sua disposição para continuar o diálogo como meio de solucionar questões entre os dois países, em linha com a tradição de 201 anos de excelentes relações diplomáticas.

O Brasil seguirá mantendo negociações com os EUA com vistas à retirada das tarifas adicionais sobre o restante da pauta de comércio bilateral.”

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.
Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.

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