Trump cita ligação com Lula para justificar fim do tarifaço

Presidente dos Estados Unidos afirmou que recebeu novas informações sobre o comércio com o Brasil

Trump e Lula se encontraram na Malásia neste domingo no final de outubro

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou a ligação que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro, como um dos motivos que o levou a acabar com o tarifaço para alguns produtos do agronegócio brasileiro. Nesta quinta-feira (20), o republicano assinou um decreto em que isenta a sobretaxa de 40% para uma série de produtos, em especial para café e carne bovina, itens de peso na balança comercial dos dois países.

“Em 6 de outubro de 2025, participei de uma conversa telefônica com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, durante a qual concordamos em iniciar negociações para abordar as preocupações identificadas no Decreto Executivo 14323. Essas negociações estão em andamento. Também recebi informações e recomendações adicionais de diversos funcionários que, sob minha orientação, têm acompanhado as circunstâncias relativas ao estado de emergência declarado no Decreto Executivo 14323”, escreveu Trump.

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O decreto 14323 citado pelo republicano havia assinado em julho, no contexto do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal por uma tentativa de golpe de estado. Desde então, o governo brasileiro trabalhou para retomar as relações comerciais com a Casa Branca e superar o tarifaço.

No final de outubro, Trump e Lula tiveram uma reunião de 45 minutos na Malásia, na reunião da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Na ocasião, os dois decidiram continuar as negociações, e Trump previu bons acordos com o governo brasileiro.

Na última quinta-feira (13), os Estados Unidos já haviam anunciado a isenção das tarifas recíprocas de 10% impostas em abril. Agora, os americanos ampliaram as isenções para os produtores brasileiros, inclusive prevendo o pagamento de um reembolso para os exportadores retroativo em 13 de novembro.

A lista de produtos isentados inclui centenas de itens do agronegócios brasileiro. Também foram isentos frutas como banana, açaí, cacau, castanha do Pará, abacaxi, laranja, abacate, dentre outros. No geral, foram isentos produtos que não são cultivados em solo norte americano, ou que possuem pouca expressividade no agro local.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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