Avançou na Câmara Municipal de Belo Horizonte o projeto de lei (302/205) que autoriza o uso de terreno no bairro Gameleira, região Oeste, para a construção do
O texto,
A matéria, apesar de ser de autoria da prefeitura, é um passo importante para a concretização de um dos projetos mais valiosos para a gestão de Romeu Zema (Novo), que pretende reunir quatro hospitais de Belo Horizonte em apenas um complexo hospitalar na região Oeste.
De acordo com o projeto do estado, o novo hospital, que deve ficar pronto até 2030, seria construído enquanto os hospitais João Paulo II (antigo CGP), Maternidade Odete Valadares, Hospital Eduardo de Menezes e Hospital Alberto Cavalcanti seriam fechados.
Hoje, a crítica de vereadores ainda é focada no fechamento destes hospitais, apesar de todos apoiarem a construção de um novo complexo hospitalar na cidade. No final do mês de julho, uma audiência pública na Câmara reuniu diversos vereadores e representantes da saúde que são contra o fechamento das unidades.
Em entrevista à Itatiaia, o vereador Dr. Bruno Pedralva (PT), que foi o responsável pela realização da audiência, explicou que além de ceder o terreno, a prefeitura ainda teria que assumir algumas obrigações no HoPE, como a gestão de um novo pronto-socorro.
“A prefeitura vai ceder um terreno e o Zema, o governador, ainda quer que a ela assuma alguns serviços que serão fechados, como é o caso do pronto socorro pediátrico na região Centro-Sul, que hoje é ofertado pelo CGP e como o novo hospital não vai ter pronto socorro, eles querem passar para a prefeitura. Além disso, a conversa de momento é que o Hospital Eduardo Menezes, Hospital Alberto Cavalcanti, se quiser manter aberto, a prefeitura assume. A gente é contra, dá um terreno e ainda assume custo. O estado de Minas precisa sim construir um novo hospital, nós defendemos o novo hospital, mas sem fechar os antigos, porque eles prestam atendimento à população com qualidade, nós precisamos crescer o SUS e não diminuir”, afirma.
Vereadores também acusaram o governo de Minas de cumprir uma agenda de privatizações de unidades públicas de saúde, tendo em vista que o HoPE teria construção e gestão no modelo de parceria público-privada (PPP).
Governo de Minas defende junção de hospitais
O governo de Minas se posicionou diante das críticas de vereadores, afirmando que a mudança não deveria ser caracterizada como um fechamento de hospitais, mas sim uma junção das unidades de atendimento. Segundo a gestão de Romeu Zema, as unidades que passarão a atender no HoPE têm estruturas antigas e limitações físicas. No HoPE serão oferecidos 532 leitos operacionais – um aumento de quase 30%.
O novo complexo manterá e ampliará as linhas de cuidado já atendidas nesses hospitais, além de implantar novos serviços, como hematologia, oncologia infantil e cirurgias pediátricas. A nova estrutura permite ainda expansão de leitos em situações endêmicas. Também contará com 60 consultórios, 13 salas cirúrgicas, um laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e outros serviços especializados. A estimativa é de mais de 200 mil consultas especializadas e 30 mil internações por ano.
Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (28), em uma agenda para anunciar investimentos para pesquisa relacionada a uma vacina para combate à dependência química, o secretário estadual de saúde, Fábio Baccheretti, disse que a gestão do HoPE não se trata de uma privatização.
“Os hospitais da Fhemig são todos antigos, velhos, precisamos de um novo equipamento. Eu não tenho dúvida nenhuma que a Câmara, que tem que apenas passar para o estado parte do terreno, vai permitir a gente construir o mais moderno e melhor hospital público do Brasil, um hospital 100% gratuito e SUS, e aí o equipamento vai ser produzido por uma PPP, que o leilão vai ser no mês de setembro, mas os funcionários são da Fhemig, os efetivos, concursados. Não é privatização, é a parceria público-privada para se construir um novo equipamento”, afirmou.