Vereadores da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Belo Horizonte afirmam que o novo Hospital Padre Eustáquio (Hope), que pode ser construído em Belo Horizonte pelo governo do estado, teria 532 novos leitos, mas fecharia 533, com o encerramento das atividades de quatro hospitais na capital, que serão aglutinados na nova construção. Os dados foram apresentados pelos parlamentares em uma audiência pública na Câmara nesta quinta-feira (31). Um projeto da prefeitura tramita na casa para ceder o terreno do antigo Hospital Galba Veloso, com objetivo de viabilizar a construção do complexo hospitalar, no Gameleira, região Oeste.
De acordo com o projeto do estado, o novo hospital, que deve ficar pronto até 2030, seria construído enquanto os hospitais João Paulo II (antigo CGP), Maternidade Odete Valadares, Hospital Eduardo de Menezes e Hospital Alberto Cavalcante seriam fechados. A ideia é que tudo que acontece nestes prédios antigos passe a ser realizado no novo complexo Hope, que promete ser mais moderno e com atendimentos de alta complexidade.
A audiência foi requerida pelo vereador Dr. Bruno Pedralva (PT), que é contra o fechamento dos antigos hospitais para a construção do centro. “Bom, a prefeitura vai ceder um terreno e o Zema, o governador, ainda quer que a prefeitura assuma alguns serviços que serão fechados, como é o caso do pronto socorro pediátrico na região Centro Sul, que hoje é ofertado pelo CGP e como o novo hospital não vai ter pronto socorro, eles querem passar para a prefeitura. Além disso, a conversa de momento é que o Hospital Eduardo Menezes, Hospital Alberto Cavalcante, se quiser manter aberto, a prefeitura assume. A gente é contra, dá um terreno e ainda assume custo. O Estado de Minas precisa sim construir um novo hospital, nós defendemos o novo hospital, mas sem fechar os antigos, porque eles prestam atendimento à população com qualidade, nós precisamos crescer o SUS e não diminuir”, afirma.
Segundo a diretora executiva do Sind-Saúde, Neuza Freitas, vale lembrar que o Galba Veloso já está desativado, e para ela, é preciso o incluir na conta de unidades fechadas para construção do complexo hospitalar. “Quando se coloca o fechamento de quatro unidades hospitalares, senhores, mas na verdade não. Eu não sei se vocês não estão bem acordados para isso. É um terreno onde já existem dois hospitais fechados. Hospital Galba Veloso, Hospital Galba Ortopédico. Que hoje culmina a maior fila de espera no atendimento de ortopedia no Estado de Minas Gerais. São mais de 30.000 pessoas aguardando numa fila de espera”, destaca.
Governo nega fechamento de leitos
Em nota, o governo do estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde e da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), afirma que “não procede” a informação de que unidades da rede de saúde serão fechadas com a implementação do Hope.
“O novo complexo, 100% SUS, reunirá em um único local os atendimentos hoje realizados nos hospitais João Paulo II, Eduardo de Menezes, Alberto Cavalcanti e Maternidade Odete Valadares, que apresentam estruturas antigas e limitações físicas. As quatro unidades contam, atualmente, com 417 leitos operacionais. No HoPE serão oferecidos 532 leitos operacionais – um aumento de quase 30%”, diz trecho do texto.
“O novo complexo manterá e ampliará as linhas de cuidado já atendidas nesses hospitais, além de implantar novos serviços, como hematologia, oncologia infantil e cirurgias pediátricas. A nova estrutura permite ainda expansão de leitos em situações endêmicas. Também contará com 60 consultórios, 13 salas cirúrgicas, um laboratório de última geração da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e outros serviços especializados. A estimativa é de mais de 200 mil consultas especializadas e 30 mil internações por ano”, completa o Executivo estadual.