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Primeira reunião para debater PEC do referendo da Copasa não começa por falta de quórum

Movimento já faz parte da estratégia de obstrução anunciada pela oposição ao governador Romeu Zema (Novo). Base não conseguiu as 26 presenças necessárias para abrir a sessão desta terça-feira (21)

ALMG pode votar nesta semana projeto que abre caminho para privatização da Copasa

A primeira reunião extraordinária marcada para discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023 não foi aberta na manhã desta terça-feira (21) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Sem o quórum mínimo para a realização da sessão, a reunião foi cancelada e não contará para o número mínimo de debates sobre a derrubada da exigência de um referendo popular para autorizar a privatização da Copasa.

A deputada estadual Leninha (PT), suspendeu a reunião quando apenas 21 parlamentares estavam presentes na sessão. São necessários ao menos 26 para a abertura dos trabalhos.

São necessárias seis reuniões para debater a PEC e três foram marcadas já para esta terça-feira. A primeira delas não entrará para a contagem por não ter sido aberta. O movimento já faz parte da estratégia de obstrução anunciada pela oposição ao governador Romeu Zema (Novo). Ainda para esta terça estão previstas sessões no plenário às 14h e às 18h.

A PEC 24/2023 integra os esforços de privatização da Copasa pelo Governo de Minas. O objetivo do texto enviado à Assembleia pelo Governo de Minas é retirar da Constituição do estado a exigência de uma votação para autorizar ou não a venda da companhia de saneamento.

A proposta já constava na pauta do governo Zema desde o primeiro mandato, mas ganhou novo fôlego com a criação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). A ideia do Executivo Estadual é vender a Copasa e usar os recursos para abater parte dos R$ 170 bilhões devidos à União e reduzir os juros cobrados sobre as parcelas do pagamento do débito.

O que a PEC altera?

No inicio do século, durante o governo de Itamar Franco, a Assembleia aprovou por unanimidade a inclusão de um artigo na Constituição de Minas Gerais que obriga a realização de um referendo popular para aprovar a privatização das estatais de gás natural, energia elétrica e saneamento.

A PEC 24/2023 buscava retirar esse artigo e viabilizar a privatização de Cemig e Copasa. Após acordos entre os deputados, o texto foi alterado e manteve apenas a retirada do referendo para a Copasa.

A Copasa no Propag

O Propag prevê que estados refinanciem em 30 anos a dívida com a União e estabelece mecanismos para reduzir os juros cobrados sobre as parcelas. O projeto do Executivo Estadual é ingressar no programa abatendo 20% do estoque devido, hoje na casa dos R$ 170 bilhões. Para obter o valor necessário na amortização da dívida, o Executivo enviou projetos para federalizar ou privatizar estatais à Assembleia.

No caso da Copasa, além do texto específico que trata sobre a venda da companhia de saneamento, o governo precisa retirar da constituição a necessidade de realizar um referendo para autorização da privatização.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.