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Presos da Operação Rejeito são transferidos para presídio de segurança máxima no Mato Grosso do Sul

Três dos presos na operação foram levados ao IML na manhã deste sábado (20) e depois seguiram para o Aeroporto da Pampulha

Três presos na Operação Rejeito, deflagrada nesta semana pela Polícia Federal contra um esquema de mineração ilegal, foram transferidos neste sábado (20) para um presídio de segurança máxima em Campo Gande, no Mato Grosso do Sul.

Entre os presos que foram transferidos está o ex-deputado João Alberto Paixão Lages, apontado como um dos principais nomes da organização criminosa que atuava para conseguir licenças ambientais na área da mineração.

Segundo a PF, o ex-deputado se juntou a outros integrantes da organização criminosa para conseguir a liberação de projetos ambientais “mediante pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos dos mais diversos órgãos ambientais, incluindo o IPHAN, ANM e SEMAD”.

Também foram transferidos o empresário Alan Alan Cavalcante do Nascimento, apontado pela PF como chefe do grupo criminoso, e Helder Adriano de Freitas, apontado como o responsável por articular as licenças de forma ilegal com órgãos públicos.

Eles foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) na parte da manhã, depois seguiram para o Aeroporto da Pampulha e foram levados para o Mato Grosso do Sul, onde estarão à disposição da Polícia Federal para as investigações.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a Polícia Federal para saber o motivo da transferência dos três presos, mas até a publicação desta matéria não houve resposta.

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Operação Rejeito

A Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na quarta-feira (17), aponta que os esquemas de fraudes em licitações para favorecer mineradoras em Belo Horizonte e Região Metropolitana podem envolver, inclusive, a falsificação de documentos oficiais da prefeitura da capital mineira.

No total, foram expedidos 22 mandados de prisão preventiva, além de buscas e apreensões em imóveis de alto padrão. Residências em condomínios de luxo na Grande Belo Horizonte, principalmente em Nova Lima, e um apartamento em Maceió–AL foram alvos da operação. A Justiça também determinou o bloqueio de bens do grupo, estimados em até R$ 1,5 bilhão.

Operação da PF apura mineração ilegal na Região Metropolitana de BH

Na representação para expedir os mandados de busca e apreensão, a investigação cita materiais com indícios de adulteração. A representação divide a atuação da suposta organização criminosa em diferentes projetos para a exploração de áreas como a Serra do Curral. Um deles, batizado de “Rancho do Boi”, tem como um dos possíveis crimes apontados a falsificação de uma declaração de dispensa de licenciamento ambiental municipal.

O documento teria sido expedido pela Prefeitura de Belo Horizonte em abril de 2023 para eximir a organização da necessidade de processos de licenciamento ambiental na exploração do terreno vizinho ao Parque Estadual da Baleia e à BR-040. Uma análise da Controladoria Geral da União (CGU) apontou diversos indícios de que a dispensa foi falsificada.

Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.