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Paulinho da Força descarta anistia ampla e segue com ‘PL da Dosimetria’

Relator afirma não ter como ‘salvar individualmente’ o ex-presidente e defende mudança do texto para reduzir penas, não conceder anistia ampla

Aécio Neves (PSDB-MG), Paulinho da Força (Solidariedade-SP) e Michel Temer (MDB-SP) se reuniram para debater o PL da anistia

O relator do projeto sobre os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), descartou a possibilidade de aprovar uma anistia “ampla e irrestrita”, como defendem parlamentares da oposição.

Segundo ele, não há condições de incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo STF a 27 anos de prisão, no texto. Paulinho afirmou sofrer pressões, mas foi categórico: “Não tenho como salvá-lo individualmente”. O caminho defendido pelo relator é outro: rebatizar a proposta como “PL da Dosimetria”, transformando o foco em redução de penas, não em perdão coletivo.

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Pontos principais das negociações:

  • O projeto original, de autoria de Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), foi alterado após intensas discussões.
  • Na quinta-feira (18), Paulinho se reuniu com Michel Temer (MDB), Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que participou de forma virtual.
  • O consenso foi mudar o nome e a finalidade da proposta: de “anistia” para “dosimetria”.
  • Temer chamou o redesenho do texto de “pacto republicano”, enquanto Aécio destacou que a mudança evita choques com o STF.

Paulinho disse ainda que pretende dialogar com todas as bancadas antes de fechar a versão final e ressaltou sua busca por equilíbrio: “Quero agradar todo mundo, inclusive o Supremo”.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.