O
“Existe um risco de ficar aqui? Claro que existe, assim como existe o risco também de você andar por qualquer rua do Brasil. É, aí você fala: ‘Não, mas tá em guerra, é diferente’. Não, claro que é diferente, porque aqui pelo menos o governo, tem o sistema de defesa de Israel, ele te avisa via celular: ‘Olha, vai cair um míssil, vai para o abrigo’. É diferente, por exemplo, na rua do Brasil que simplesmente você está do lado e chega, muitas vezes, um menor, ‘entre aspas’, vítima da sociedade, e te pode dar um tiro para roubar o celular”, afirmou.
O vice-prefeito afirma que sua permanência em Israel acontece devido ao “raciocínio lógico”. “O governo de Israel, através do Ministério de Relações Exteriores, afirmou por diversas vezes que o melhor local relacionado às questões de segurança é justamente onde nós estamos. Então, não faz sentido eu de uma forma sodada pegar uma uma rodovia e para levar até um outro país, no caso, Jordânia, enfim, e a partir de lá, tentar uma saída via Emirados Árabes. Existem muitos riscos envolvidos e não só de ataques por conta do Irã, mas de grupos extremistas que habitam ali”, declarou.
Ele afirma que a perspectiva de retornar ao Brasil é “boa”, mesmo que ainda não haja prazo oficial para liberação do espaço aéreo israelense. De acordo com o vice-prefeito de Uberlândia, há uma situação “muito complexa” em território iraniano, que de acordo com ele está “completamente dominado”. “O ataque do primeiro dia demonstrou a fraqueza do Irã em relação à defesa área. A perspectiva (de retorno), é muito boa, claro que fica complicado apostar que as perspectivas são muito boas, mas cada dia, cada momento, é diferente”, pontua.
Prefeitura se solidariza com Pelizer
Em nota, o prefeito de Uberlândia, Paulo Sérgio (PP), manifestou apoio ao seu correligionário e ressaltou que ele participa de uma visita, a convite da embaixada de Israel, com outras autoridades brasileiras, para conhecer projetos de segurança e tecnologia.
De acordo com o Executivo, há contato constante com o governo federal para uma ação de retirada da comitiva do país que seja “segura”, uma vez que o “espaço aéreo e o acesso via mar da região estão limitados há dias”. “Contatos com o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores do Brasil), com a embaixada do Brasil em Israel e com o governo daquele país já foram feitos para interceder por uma ação coordenada com a finalidade de proteger as autoridades brasileiras”, destaca a prefeitura em nota.
Prefeitos e políticos deixaram Israel nesta segunda-feira
Um comboio com 12 políticos brasileiros saiu, nesta segunda-feira (16), de Israel em direção à Jordânia por via terrestre. A primeira leva de prefeitos tinha 13 integrantes, mas um deles resolveu ficar em Tel Aviv.
De acordo com o senador Carlos Viana (Podemos), que é presidente do grupo Brasil-Israel no Parlamento, um jato particular aguarda o grupo para o retorno ao Brasil.
A aeronave seria de aliados dos políticos de João Pessoa (PB) , segundo o senador. O prefeito da cidade, Cícero Lucena (PP) já havia pedido ajuda ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), que também é da cidade, para o resgate.
“Agora vamos para Arábia Saudita, tem uma aeronave que foi conseguida pelo Cícero Lucena, e vamos direto para o Brasil. Acredito que amanhã (terça-feira) devo estar em Belo Horizonte”, disse Damião.
Veja lista dos políticos que decidiram ficar em Israel:
- Dilermando Garcia Ribeiro Júnior — Secretário de Desenvolvimento de Aracaju (SE)
- Maryanne Terezinha Mattos — Vice-prefeita e Secretária de Segurança Pública de Florianópolis (SC)
- Paulo Rogério Rigo — Secretário de Proteção Civil de Joinville (SC)
- Alexandre Augusto Aragon — Secretário Municipal de Segurança Pública de Porto Alegre (RS)
- Verônica Pereira Pires — Secretária Municipal de Inovação, Sustentabilidade e Projetos Especiais de São Luís (MA)
- Vanderlei Pelizer Pereira — Vice-Prefeito de Uberlândia (MG)
Damião ficou retido por quatro dias na cidade de Kfar Saba, localizada a cerca de 24 km da capital Tel Aviv, com outros 17 brasileiros e sete sul americanos. O grupo participava de uma feira de tecnologia quando o conflito entre os dois países começou e fechou o espaço aéreo israelense.