Para suavizar crises de soluço, Bolsonaro pode passar por nova intervenção médica

Médicos que realizaram cirurgia no ex-presidente nesta quinta-feira (25) detalharam as estratégias pensadas para aliviar crises de soluço que acometem o ex-presidente

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode passar por novo procedimento, desta vez para resolver crises de soluço

Após realizar, nesta quinta-feira (25), uma cirurgia de correção de uma hérnia inguinal, o Jair Bolsonaro (PL) pode passar por um novo procedimento, desta vez para tentar interromper as crises de soluço das quais o ex-presidente se queixa desde o período em que ocupava o Palácio do Planalto.

Em entrevista coletiva nesta tarde após a realização da cirurgia para a hérnia, a equipe responsável pelos cuidados do ex-presidente explicou a opção por não ter realizado também um procedimento considerado invasivo para tratar especificamente sobre os soluços.

“Inicialmente tínhamos proposto um bloqueio do nervo. Mas, estando mais próximo do presidente e observando que tem uma relação direta, talvez com o tubo digestivo, uma esofagite severa que ele tem associada a gastrite e refluxo gastroesofágico, nós optamos por questão de precaução, por otimizar o tratamento clínico. Vamos melhorar a dieta, potencializar toda a medicação e observar, nesses próximos dias, a necessidade ou não desse procedimento. Provavelmente nós o faremos lá para segunda-feira (29) que é o tempo bom para ele poder responder a essa medicação”, explicou o cardiologista Brasil Ramos Caiado.

O cardiologista afirmou que a equipe prezou por não realizar o procedimento para tentar antes o sucesso de uma via menos invasiva, através de medicamentos. Segundo os médicos, a ocorrência frequente dos soluços preocupa por causar irritação, desconforto e cansaço físico no ex-presidente.

O cirurgião Cláudio Birolini explicou como é feito o procedimento cirúrgico que pode ser realizado em Bolsonaro caso os testes clínicos não surtam efeitos até a segunda-feira.

“Ele é realizado por rádio-intervenção. Então, você localiza o trajeto do nervo com o aparelho de ultrassom. Eventualmente, se estimula o diafragma para tentar localizar ou identificar qual o diafragma que é mais suscetível a ser do lado direito ou do lado esquerdo. Localizando o trajeto do nervo com com um aparelho de ultrassom, você faz a injeção de uma substância anestésica associada com um pouquinho de corticoide”, afirmou.

Os soluços são frequentemente citados como causa de desconforto de Bolsonaro. Os filhos do ex-presidente abordam a questão frequentemente em protesto contra a prisão do pai em regime fechado. Neste mês, o ex-vereador carioca e pré-candidato ao Senado por Santa Catarina, Carlos Bolsonaro (PL), chegou a publicar um registro em vídeo de uma das crises do pai

Na terça-feira (23), a defesa de Bolsonaro teve autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido para a realização do procedimento cirúrgico. O ex-presidente foi internado nesta quarta.

Na terça, Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama visitasse Bolsonaro no hospital. Nesta quarta, a autorização foi estendida aos filhos do ex-presidente: o senador Flávio Bolsonaro (PL); o ex-vereador carioca e pré-candidato ao senado por Santa Catarina, Flávio Bolsonaro (PL-SC); o vereador de Balneário Camboriú, Jair Renan (PL-SC); e Laura, a caçula.

Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal desde o dia 22 de novembro, após tentar romper, com um ferro de solda, a tornozeleira eletrônica que usava em prisão domiciliar. Na semana seguinte, a prisão preventiva foi convertida no início da conversão da pena de 27 anos e três meses determinada pelo STF como condenação por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, entre outros crimes.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.
Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.

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