Um laudo pericial da Polícia Federal concluiu nesta segunda-feira (24) que a tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro apresenta “danos significativos” e sinais claros de tentativa de violação. O documento, elaborado por peritos do Instituto Nacional de Criminalística, indica que o equipamento foi submetido a uma fonte de calor concentrado, possivelmente um ferro de solda, como admitiu o ex-presidente.
Segundo os peritos, a área danificada - localizada na junção da capa plástica polimérica da tornozeleira - exibe características compatíveis com a ação direta de um objeto metálico aquecido. Para confirmar a hipótese, os técnicos realizaram testes utilizando um ferro de solda sobre material semelhante ao do equipamento. As marcas obtidas nos experimentos foram compatíveis com as encontradas no dispositivo usado por Bolsonaro.
A perícia reforça a narrativa registrada em vídeo pela Polícia Penal do Distrito Federal, no qual o próprio ex-presidente admite ter queimado a tornozeleira com a solda. A constatação técnica foi anexada ao inquérito que embasa a decisão judicial de converter a prisão domiciliar de Bolsonaro em prisão preventiva, sob suspeita de tentativa de fuga e descumprimento de medidas cautelares.
O laudo pericial ainda será analisado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, que julga os recursos relacionados à prisão do ex-presidente.