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Gleisi Hoffmann critica projeto de anistia e chama papel de Tarcísio de ‘lamentável’

A ministra das Relações Institucionais diz que Congresso não deve legislar sobre o tema e alerta que impunidade a Bolsonaro pode abrir caminho para novos golpes no país

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirma que postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é lamentável

Em meio à articulação da oposição para aprovar um projeto de anistia aos investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que a medida é “inaceitável” e defendeu que apenas o Supremo Tribunal Federal (STF) tem competência para revisar penas. Gleisi ainda criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que tem se posicionado a favor da proposta, classificando sua atuação como “lamentável”.

A ministra destacou que, se houver entendimento entre STF e Congresso, o governo não deve interferir. No entanto, classificou como absurda a tramitação de um projeto dentro da Câmara. O texto que trata da anistia foi protocolado com pedido de urgência, o que pode acelerar sua votação. Ela diz que a expectativa é de que seja rejeitado ainda na análise do regime de urgência e cita a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em discurso em Belo Horizonte pediu mobilização da sociedade contra a anistia.

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Gleisi criticou duramente a atuação do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, na defesa dos atos em prol dos condenados pelo 8 de janeiro. “Ele mesmo diz que seu primeiro ato de governo seria conceder indulto a Bolsonaro. Isso é programa de governo? Um homem que veste boné de Trump, que defende tarifaço, que fala em dar presente para os Estados Unidos e ainda apoia anistia? Não o vejo com condições de ser presidente do Brasil”, disse.

Na avaliação da ministra, a opinião pública não apoia a proposta e os articuladores deveriam concentrar esforços em projetos voltados às demandas da população. Gleisi também alertou que a falta de punição ao ex-presidente Jair Bolsonaro pode representar um risco institucional: “Se não tiver punição a Bolsonaro, é possível dar golpe no Brasil outra vez”, declarou.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.