A bancada mineira na Câmara dos Deputados protagonizou uma rara demonstração de consenso entre parlamentares ligados ao presidente Lula (PT) e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao aprovar a emenda feita no Senado sobre
O texto foi inicialmente aprovado pela Câmara no dia 6 de maio e seguiu para o Senado, onde recebeu modificações. Na noite da última quinta-feira (25), o Senado aprovou a proposta por 41 votos a favor e 33 contra, com uma emenda que limitou os gastos adicionais com a ampliação do Legislativo. Nessa etapa, apenas o senador mineiro Cleitinho (Republicanos) se posicionou contra a medida; Rodrigo Pacheco (PSD) e Carlos Viana (Podemos) votaram sim.
Demonstrando um alinhamento que surpreendeu a própria articulação do governo, a Câmara analisou e aprovou o projeto modificado ainda no mesmo dia com um placar expressivo: 361 votos a favor, 36 contra e 30 abstenções para acolher a emenda do Senado e aprovar o texto. Votações no mesmo dia em que o Senado altera um texto são raras.
Entre os mineiros que votaram sim estão parlamentares conhecidos em ambos os espectros políticos, como Nikolas Ferreira (PL), voz ativa da direita, e Rogério Correia (PT), vice-líder do PT na Câmara. Também confirmaram apoio nomes como Reginaldo Lopes (PT), e Marcelo Álvaro Antônio (PL), ex-ministro do Turismo de Bolsonaro, e Duda Salabert (PDT).
O texto agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Veja como foi a votação:
✅ Deputados de MG que votaram SIM
- Ana Paula Leão (PP)
- André Janones (Avante)
- Bruno Farias (Avante)
- Célia Xakriabá (PSOL)
- Dandara (PT)
- Delegada Ione (Avante)
- Delegado Marcelo Freitas (União)
- Diego Andrade (PSD)
- Dimas Fabiano (PP)
- Domingos Sávio (PL)
- Duda Salabert (PDT)
- Eros Biondini (PL)
- Gilberto Abramo (Republicanos)
- Hercílio Coelho Diniz (MDB)
- Junio Amaral (PL)
- Katia Dias (Republicanos)
- Leonardo Monteiro (PT)
- Lincoln Portela (PL)
- Luis Tibé (Avante)
- Luiz Fernando Faria (PSD)
- Marcelo Álvaro Antônio (PL)
- Mário Heringer (PDT)
- Mauricio do Vôlei (PL)
- Newton Cardoso Jr (MDB)
- Nikolas Ferreira (PL)
- Odair Cunha (PT)
- Padre João (PT)
- Patrus Ananias (PT)
- Paulo Guedes (PT)
- Pinheirinho (PP)
- Rafael Simões (União)
- Reginaldo Lopes (PT)
- Rodrigo de Castro (União)
- Rogério Correia (PT)
- Rosângela Reis (PL)
- Samuel Viana (Republicanos)
- Weliton Prado (Solidariedade)
- Zé Silva (Solidariedade)
- Zé Vitor (PL)
❌ Deputados de MG que votaram NÃO:
- Misael Varella (PSD)
- Nely Aquino (Podemos)
⚠️ Abstenção:
- Ana Pimentel (PT)
Gastos com o aumento de deputados
O aumento no número de deputados federais deve gerar um gasto adicional no orçamento do Congresso. Inicialmente, o custo previsto era de R$ 64,8 milhões por ano em salários e benefícios.
No entanto, o Senado aprovou uma emenda que reduziu esse impacto para cerca de R$ 10 milhões anuais. Essa emenda impede o aumento real dos valores das despesas com passagens aéreas, alimentação, aluguel de escritórios, verbas de gabinete e outros benefícios, mantendo os valores congelados em 2025 e apenas corrigidos pela inflação durante a próxima legislatura (2027-2030).
Efeito cascata nas Assembleias Legislativas
Além da Câmara dos Deputados, as Assembleias Legislativas dos estados também terão que aumentar o número de parlamentares. A Constituição determina que o número de deputados estaduais seja proporcional ao número de deputados federais - exatamente três vezes maior.
Com o aumento dos deputados federais em Minas Gerais e outros estados, as Assembleias precisarão ampliar suas bancadas, o que deve gerar novos custos para os estados. Procurada a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que deve ganhar mais um parlamentar, disse que só vai se manifestar oficialmente sobre o tema quando o texto foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Atulmente, a Casa Legislativa possui 77 deputados.