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‘Caneta do STF em Brasília afundou o Rio’, diz Nikolas sobre operação contra o CV

Parlamentar citou a ADPF 635, do STF, como obstáculo para ações de combate às facções criminosas no Rio de Janeiro

O deputado Nikolas Ferreira, durante sessão de debates nesta terça-feira (23)

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) afirmou que uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) impediu operações policiais em favelas do Rio de Janeiro desde 2020 e facilitou a expansão do crime organizado nas comunidades. O parlamentar comentou a operação policial que deixou dezenas de mortes, incluindo policiais, na capital fluminense.

“Caneta do STF em Brasília afundou o Rio”, escreveu Nikolas em suas redes. O deputado compartilhou uma reportagem de junho de 2020 do portal G1 com o título ‘Ministro do STF proíbe operações em favelas do Rio durante pandemia’.

O parlamentar fez referência à uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), de número 635, que foi ajuizada em 2019 no Supremo pelo PSB. O partido argumentou que a atuação das força de segurança estava resultado em mortes e não na prevenção de conflitos armados nas favelas cariocas.

Na terça-feira (28), em discurso na Câmara dos Deputados, Nikolas afirmou que a operação foi uma “faxina”. “Maior faxina do Rio de Janeiro. Mais de 60 criminosos mortos, que criavam um cenário de guerra em um local onde as pessoas são subordinadas ao tráfico. Um pai de família é assassinado brutalmente, a esquerda comemora e brinca. Agora, quando um traficante é morto, a esquerda fica de luto”, discursou o deputado.

Entenda a ADPF 635

Em 2020, o ministro Edson Fachin determinou, em caráter provisório, que as ações fossem suspensas durante a pandemia. A decisão apontou que as operações deveriam acontecer apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais”.

Posteriormente o STF discutiu o tema e criou regras a serem cumpridas para garantir que as operações acontecessem sem excessos e garantindo a segurança de moradores.

“Também foi estabelecido que o uso da força letal por agentes do Estado só deve ocorrer depois de esgotados todos os demais meios e em situações necessárias para a proteção da vida ou a prevenção de dano sério, decorrente de ameaça concreta e iminente”, informou o Supremo sobre os limites para as operações policiais em comunidades do RJ.

Na quinta-feira (28), durante a operação contra o Comando Vermelho, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou que a ADPF 635 foi uma “ação maldita” e disse que o tribunal e os partidos de esquerda são os principais responsáveis pelo fortalecimento da facção criminosa no Rio.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.