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Zema sai em defesa de Castro e diz que Lewandowski ‘em vez de ajudar, critica’

O governador de Minas Gerais voltou a comentar a megaoperação contra o crime organizado no Rio de Janeiro, que deixou mais de 60 mortos na capital fluminense

Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), saiu em defesa do homólogo do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), após a megaoperação das forças policiais contra o Comando Vermelho (CV) na Zona Norte da capital fluminense.

Em um vídeo publicado nas redes sociais nesta terça-feira (28), Zema afirmou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, “ao invés de ajudar, vem criticar o governador por enfrentar” a facção criminosa.

O chefe do Executivo mineiro comparou as imagens do confronto no Rio de Janeiro ao cenário da Faixa de Gaza, no Oriente Médio. “Até drone com granada os traficantes usaram. O que está acontecendo no Rio é um absurdo. Mais uma vez, as forças policiais de um estado têm de enfrentar sozinhas essas facções terroristas”, disse.

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A crítica ao governo federal foi feita originalmente por Castro, também nesta terça-feira, durante coletiva de imprensa. O governador afirmou que o governo Lula (PT) teria negado o envio de veículos blindados ao estado e cobrou uma postura firme da União em relação às facções criminosas.

O governo federal, no entanto, reagiu. Lewandowski afirmou não ter recebido contato da gestão do Rio de Janeiro a respeito da megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha. “Nem ontem, nem hoje, absolutamente nada”, declarou em conversa com jornalistas durante evento na Assembleia Legislativa do Ceará.

O ministro também disse que o governo federal “faz o que pode” para auxiliar o Rio de Janeiro, relembrando uma visita de Castro ao ministério para pedir a transferência de líderes de facções criminosas para penitenciárias federais de segurança máxima. “[O pedido] foi atendido. Nenhum foi negado”, afirmou.

Ao menos 64 pessoas morreram e 81 foram presas na megaoperação desta terça-feira — a mais letal da história do estado, segundo números confirmados pelo Palácio Guanabara.

Polícia em Minas

Em Minas Gerais, no entanto, o governo Zema tem sido alvo de críticas por parte das forças de segurança pública. Nesta terça-feira, policiais civis do estado realizaram uma manifestação pacífica em frente à Assembleia Legislativa (ALMG), em Belo Horizonte.

O grupo afirma que a categoria está sendo “sucateada” em diferentes níveis. O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol) sustenta que os agentes acumulam uma perda salarial superior a 44% desde 2015, ocupando a quarta pior posição salarial entre as polícias civis estaduais do país.

Eles também denunciam falta de estrutura nas delegacias, déficit de efetivo, viaturas sem combustível e problemas crônicos no sistema de tecnologia da instituição.

    Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.