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Câmara questiona projeto que limita circulação de caminhões-tanque em BH

O texto, de autoria da vereadora Janaina Cardoso (União Brasil), sugere a proibição da circulação em vias públicas de caminhão-tanque entre às 6h e 22h

Plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte

A Câmara Municipal de Belo Horizonte pediu, nesta terça-feira (9), mais informações sobre projeto de lei que tramita no Legislativo que proíbe a circulação de caminhões-tanque de transporte de combustíveis na cidade. O pedido foi aprovado pela Comissão de Legislação e Justiça (CLJ).

O texto, de autoria da vereadora Janaina Cardoso (União Brasil), sugere a proibição da circulação em vias públicas de caminhão-tanque entre às 6h e 22h, exceto em situações em que o veículo esteja atendendo uma situação emergencial devidamente justificada, ou quando a cidade esteja em situação de calamidade pública. O horário sugerido pela vereadora corresponde ao período com maior fluxo de veículos e pedestres.

A CLJ enviou à prefeitura questionamentos relacionados às atuais regras de trânsito do município relacionadas aos caminhões-tanque, e se a aplicação da medida poderia causar impacto no abastecimento dos postos de combustíveis.

A proposta de lei, que é alvo de questionamentos, solicita que a prefeitura efetue campanhas informativas e ações educativas dirigidas aos operadores logísticos, revendedores de combustíveis e postos de abastecimento.

Quanto à fiscalização, é sugerido que haja convênio entre o município e órgãos como a Polícia Militar, Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), e órgãos especializados.

Em caso de descumprimento, o texto propõe advertência, retenção e apreensão do veículo, suspensão de alvará e até multa, sem especificar os valores.

Justificativa é segurança e prevenção de acidentes

Na justificativa do texto, a vereadora Janaina Cardoso afirma que a limitação do horário de circulação dos veículos é a preservação de segurança, e prevenção de graves acidentes com riscos ambientais.

Afirma ter ocorrido acidentes recorrentes envolvendo caminhões-tanque com consequências trágicas. Esses veículos, segundo o texto, quando envolvidos em colisões ou tombamentos, apresentam alto potencial de causar incêndios, explosões e contaminação ambiental, além de impactos graves à mobilidade urbana.

O documento cita exemplos de acidentes graves, como ocorrido em 2021, quando um caminhão tombou na avenida Cristiano Machado, interditando a via por horas. Além de citar outros dois acidentes em 2022 e 2023, o primeiro na Av. Teresa Cristina, e o segundo na Av. Antônio Carlos.

Por fim, a parlamentar destaca que a proposta não proíbe a circulação desses veículos de forma absoluta, mas sim impõe restrições pontuais de horário e trajeto, com base em estudos técnicos.

A prefeitura tem 30 dias para responder os questionamentos da Câmara, e o projeto precisa ser aprovado em dois turnos na Câmara Municipal para se tornar lei.

A Itatiaia procurou o Minaspetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais), e o Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), mas ainda aguarda retorno.

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.