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Bolsonaro faz aceno a Zema, ataca judiciário e diz que 8 de janeiro foi ‘orquestrado pela esquerda’

Em ato na Avenida Paulista, ex-presidente cita Minas Gerais, se diz vítima de perseguição e afirmou que ‘o Brasil tem jeito, é só não roubar’

Discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro na avenida Paulista, em São Paulo

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar decisões do Judiciário brasileiro, pediu anistia aos presos nos atos de 8 de janeiro, relembrou feitos do seu governo e reforçou a tese de que é vítima de perseguição. Em seu discurso na avenida Paulista, o político disse que “O Brasil tem jeito, é só não roubar que a gente vai pra frente”.

O ato, organizado por aliados e com presença de parlamentares e governadores, Bolsonaro disse que os presos pelos atos são vítimas de injustiça. “Por isso lutamos por anistia, que é um remédio previsto na Constituição, é o caminho da pacificação”, disse. “Esperamos que essa anistia tenha o apoio dos outros dois poderes, além do Legislativo”.

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Aceno a Minas e Zema

Ao lado do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), Bolsonaro citou obras realizadas em Minas durante sua gestão, como a liberação de recursos para o metrô de Belo Horizonte, a regularização da exploração de lítio no Vale do Jequitinhonha e a resolução da disputa em torno da cota 762 de Furnas.

“No Vale do Jequitinhonha, caro governador Zema, região mais pobre do seu estado, conseguimos regularizar a exploração de lítio naquela região”, disse.

O ex-presidente também citou que a tragédia de Brumadinho foi um obstáculo enfrentado durante sua administração. “Ao longo de 4 anos, enfrentamos pandemia, uma guerra, a tragédia de Brumadinho, a crise hídrica de 21, mas vencemos tudo isso”, afirmou.

8 de janeiro ‘orquestrado pela esquerda’

Bolsonaro ainda voltou a abordar os eventos de 8 de janeiro, dizendo que o movimento foi “orquestrado pela esquerda” e, sem apresentar provas, acusou o presidente Lula de ter conhecimento prévio do que ocorreria. “Lula não estava em Brasília. Estava em Araraquara porque sabia o que ia acontecer. Tanto é que as imagens de quase 200 câmeras sumiram”, disse.

Bolsonaro disse ainda que o atual governo e o Judiciário agem para silenciar a oposição. “Em 2022, a mão pesada do TSE... Um lado podia fazer qualquer coisa, até sobre a morte da Marielle Franco. Nos chamavam de genocidas, misóginos. Eles podiam tudo”, disparou.

Liberdade e questionamentos à vacina

O ex-presidente ainda afirmou que foi seu filho, Carlos Bolsonaro, quem decidiu a eleição de 2018 a partir das redes sociais. “Naquele momento havia liberdade de expressão. Agregamos mais de 400 mil pessoas no Facebook. Hoje não podemos mais nos manifestar”, disse.

Sobre a vacinação contra a Covid-19, relembrou sua decisão de não se vacinar: “Comprei 600 milhões de doses, mas falei: ‘eu não vou tomar’. Você tem que ter liberdade para escolher seu futuro”.

Durante a fala, Bolsonaro também abordou política internacional, criticando o apoio de Lula ao Irã, que classificou como “um país que fez bomba atômica para tirar Israel do mapa”.

No encerramento, pediu mais força para a direita nas eleições futuras. “Se me derem 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o futuro do Brasil”.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.
Yuri Cavalieri é jornalista e pós-graduando em política e relações internacionais. Tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. É correspondente da Itatiaia em São Paulo. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, na capital paulista, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band.
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.