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Aliados reagem ao julgamento de Bolsonaro no STF com hashtag nas redes sociais

O ex-presidente e outros sete réus são acusados de tentar implementar um golpe de estado após a derrota nas urnas em 2022

Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente do Brasil.

Aliados de Jair Bolsonaro (PL) usaram as redes sociais para demonstrar apoio ao ex-presidente. Por meio de uma hashtag que, em português, diz “Bolsonaro Livre”, deputados federais, estaduais e senadores mobilizam militantes simultaneamente ao julgamento dos réus do chamado “núcleo crucial” da suposta tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF).

O filho do ex-presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), utilizou a hashtag e escreveu que o julgamento não é apenas contra seu pai, mas sim “contra a liberdade de expressão no Brasil”.

Em Minas Gerais, o deputado estadual Bruno Engler (PL) afirmou que Bolsonaro representa “o curioso caso do réu inocente, mas culpado por existir”.

Pouco depois do início do julgamento no Supremo, o deputado federal por Minas Gerais, Nikolas Ferreira (PL), também usou a hashtag para manifestar apoio ao ex-presidente. “Hoje mais do que nunca”, escreveu.

O também deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) afirmou que esta terça-feira representa um episódio da “maior perseguição política da história”. Segundo ele, Bolsonaro está sendo “julgado por seus inimigos, em um processo sem sentido e com claras falhas processuais”.

Quem irá julgar o ex-presidente?

Cinco dos onze ministros do STF, que compõem a Primeira Turma, serão responsáveis por absolver ou condenar os oito réus do “núcleo crucial”: Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.

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Como relator da ação penal, Moraes foi o primeiro a falar nesta terça-feira. O ministro afirmou, ao abrir a sessão, que todos os réus serão julgados de forma imparcial, sem que o STF ceda a qualquer tipo de pressão interna ou externa.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A Casa Branca justificou as tarifas citando diretamente o caso de Bolsonaro, revogando também os vistos de ministros do Supremo, incluindo Moraes — que também foi alvo da Lei Magnitsky.

Liberdade para Bolsonaro?

Embora a hashtag peça “liberdade” para o ex-presidente, Bolsonaro não foi condenado. O ex-chefe do Executivo cumpre prisão domiciliar após descumprir medidas cautelares impostas pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, que o proibiam de dar entrevistas e de utilizar redes sociais de terceiros.

Nesta terça-feira (2), o ex-presidente não compareceu ao julgamento, que ocorrerá ao longo de cinco dias:

  • 2 de setembro – das 9h às 12h e das 14h às 19h;
  • 3 de setembro – das 9h às 12h;
  • 9 de setembro – das 9h às 12h e das 14h às 19h;
  • 10 de setembro – das 9h às 12h;
  • 12 de setembro – das 9h às 12h e das 14h às 19h.

Assista ao julgamento:

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.