Aliados de
Jair Bolsonaro (PL) usaram as redes sociais para demonstrar apoio ao ex-presidente. Por meio de uma hashtag que, em português, diz “Bolsonaro Livre”, deputados federais, estaduais e senadores mobilizam militantes simultaneamente ao julgamento dos réus do chamado “núcleo crucial” da
suposta tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF).
O filho do ex-presidente, senador
Flávio Bolsonaro (PL-RJ), utilizou a hashtag e escreveu que o julgamento não é apenas contra seu pai, mas sim “contra a liberdade de expressão no Brasil”.
Em Minas Gerais, o deputado estadual
Bruno Engler (PL) afirmou que Bolsonaro representa “o curioso caso do réu inocente, mas culpado por existir”.
Pouco depois do início do julgamento no Supremo, o deputado federal por Minas Gerais,
Nikolas Ferreira (PL), também usou a hashtag para manifestar apoio ao ex-presidente. “Hoje mais do que nunca”, escreveu.
O também deputado federal
Paulo Bilynskyj (PL-SP) afirmou que esta terça-feira representa um episódio da “maior perseguição política da história”. Segundo ele, Bolsonaro está sendo “julgado por seus inimigos, em um processo sem sentido e com claras falhas processuais”.
Quem irá julgar o ex-presidente?
Cinco dos onze ministros do STF, que compõem a Primeira Turma, serão responsáveis por absolver ou condenar os oito réus do “núcleo crucial”: Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.
Como relator da ação penal,
Moraes foi o primeiro a falar nesta terça-feira. O ministro afirmou, ao abrir a sessão, que todos os réus serão julgados de forma imparcial, sem que o STF ceda a qualquer tipo de pressão interna ou externa.
O presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, determinou a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A Casa Branca justificou as tarifas citando diretamente o caso de Bolsonaro, revogando também os vistos de ministros do Supremo, incluindo Moraes — que também foi alvo da
Lei Magnitsky.
“
A pacificação do país, que é o desejo de todos nós, depende do respeito à Constituição, da aplicação das leis e do fortalecimento das instituições. Não há possibilidade de se confundir a saudável e necessária pacificação com a covardia do apaziguamento, que significa impunidade e desrespeito à Constituição Federal e, mais, incentivo a novas tentativas de golpe de Estado”.
— disse Moraes.
Liberdade para Bolsonaro?
Embora a hashtag peça “liberdade” para o ex-presidente, Bolsonaro não foi condenado. O ex-chefe do Executivo cumpre
prisão domiciliar após descumprir medidas cautelares impostas pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, que o proibiam de dar entrevistas e de utilizar redes sociais de terceiros.
Nesta terça-feira (2), o ex-presidente não compareceu ao julgamento, que ocorrerá ao longo de cinco dias:
- 2 de setembro – das 9h às 12h e das 14h às 19h;
- 3 de setembro – das 9h às 12h;
- 9 de setembro – das 9h às 12h e das 14h às 19h;
- 10 de setembro – das 9h às 12h;
- 12 de setembro – das 9h às 12h e das 14h às 19h.
Assista ao julgamento: