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STF julga militares por envolvimento em suposta tentativa de golpe de Estado

Essa é a primeira vez que oficiais de alta patente das Forças Armadas podem responder criminalmente por participação em uma tentativa de ruptura institucional

Sessão de julgamento acontece na Primeira Turma do STF

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (21) o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra um grupo formado majoritariamente por militares, acusado de envolvimento em na suposta trama golpista durante o fim do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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O grupo, identificado como Núcleo 3 na investigação, é composto por 11 oficiais do Exército e um policial federal. A Corte decidirá se eles se tornarão réus pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado.

Entre os denunciados estão dois generais — Estevam Theophilo e Nilton Diniz Rodrigues —, além de coronéis e tenentes-coronéis. Segundo a PGR, os investigados atuariam no planejamento de ações táticas para a execução do golpe, em articulação com outros núcleos da suposta organização. Essa é a primeira vez que oficiais de alta patente das Forças Armadas podem responder criminalmente por participação em uma tentativa de ruptura institucional no país

Também é alvo da denúncia o policial federal Wladimir Matos Soares, que teria vazado insformações sigilosas sobre a rotina do presidente Lula quando atuava em sua segurança após a eleição de 2022.

Caso o STF aceite a acusação, os 12 envolvidos passarão a responder formalmente na Justiça. Até agora, o STF já aceitou denúncias contra os núcleos 1, 2 e 4, somando 21 réus.

Em março, por unanimidade, a Corte tornou réu o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados. Ainda falta ser julgado o Núcleo 5, que inclui o empresário Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo. Ele reside nos Estados Unidos e não apresentou defesa.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio