Em busca de amenizar os impactos do tarifaço ou até reverter algumas medidas anunciadas pelo presidente Donald Trump, o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, embarca na noite desta segunda-feira (1º) rumo aos Estados Unidos.
Roscoe vai investir em uma informação que circula nos bastidores da política: de que Trump costuma ouvir e se sensibilizar mais por demandas apresentadas pelos empresários americanos do que pleitos apresentados por políticos de outros países.
Diante disso, a estratégia de Roscoe está bem definida. O representante do setor industrial mineiro tem uma série de reuniões com empresários americanos que seus negócios dependem da compra de matéria-prima extraída em Minas Gerais ou produtos que são fabricados por companhias mineiras.
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Roscoe faz parte de um esforço brasileiro de buscar solução para o conflito por meio da iniciativa privada. Em entrevista exclusiva à Itatiaia, o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, deu detalhes sobre a iniciativa.
“Vamos trabalhar com clientes dos produtos brasileiros nos EUA, para que eles façam pressão no governo americano e possamos mitigar os efeitos do tarifaço. Principalmente os setores que compram produtos mineiros, como ferro-gusa, metais mecânicos, máquinas e equipamentos. Quero também me encontrar com autoridades e parlamentares americanos. Como o tom dos dois países não está adequado, não acho que deveríamos responder ou fazer provocações, nos resta a ala privada. O melhor cenário para o Brasil é ser amigo de todos, não temos porque ter inimizade nos negócios internacionais, isso é ruim para o Brasil”, explicou Roscoe.
Fiemg vai integrar esforço da CNI
Além de agendas especificas envolvendo Minas Gerais, o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, também vai fazer parte, nos dias 3 e 4 de setembro, da missão empresarial a Washington (EUA) liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O objetivo da CNI também é abrir caminhos para uma negociação que possa levar à reversão da taxa de 50% aplicada aos produtos brasileiros e acelerar o aumento de exceções ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos.
“Durante a programação, os empresários brasileiros terão encontros com representantes do setor privado norte-americano, além de reuniões estratégicas com instituições parceiras. As discussões pretendem identificar pontos de convergência e oportunidades de cooperação que contribuam para reduzir os impactos do tarifaço e ampliar o acesso de produtos nacionais ao mercado dos Estados Unidos”, destaca a Fiemg
A iniciativa ocorre em paralelo à audiência pública convocada para o dia 3 de setembro, em Washington, para analisar a investigação aberta contra o Brasil sob a Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA.
