Senado aprova projeto que aumenta imposto de Bets e Fintechs

Projeto aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) agora segue para votação na Câmara dos Deputados

Projeto deve aumentar a arrecadação em R$ 5 bilhões

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (2), um projeto de lei que aumenta a tributação das casas de apostas online, as bets, de 12% para 18% até 2028, e cria um programa de regularização tributária para pessoas de baixa renda. A matéria agora segue para votação na Câmara dos Deputados, se não houver recurso para votação em plenário.

A proposta, de autoria do senador Renan Calheiros (MDB-AL), eleva a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de forma escalonada, atingindo também as fintechs e instituições de pagamento. Para esse grupo, a alíquota sobe de 9% para 12% em 2026, e para 15% em 2028.

Sociedades de capitalização e instituições de crédito, financiamento e investimento têm alíquota elevada de 15% para 17,5% em 2026 e para 20% em 2028. A medida era uma das principais bandeiras do governo Federal para aumentar a arrecadação e, em tese, recupera parte da medida provisória que foi proposta como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mas que foi derrotada pelo Congresso.

Em outubro, a Câmara dos Deputados deixou a proposta caducar sem ter o mérito analisado pelo plenário. A MP previa uma arrecadação extra de R$ 17 bilhões para o governo em 2026, mas enfrentou resistência dos deputados do Centrão, que avaliavam que a medida poderia dar um gás na campanha de Lula em 2026.

Em relação as Bets, a contribuição será calculada como o total arrecadado com as apostas, menos o valor pago aos apostadores como prêmio. A arrecadação deverá ser direcionada à seguridade social, com prioridade para ações na área da saúde.

Segundo estimativas oficiais do Senado, o novo projeto deve ter um impacto fiscal positivo de quase R$ 5 bilhões em 2026, R$ 6,3 bilhões em 2027 e R$ 6,7 bilhões em 2028. Entre 2026 e 2028, a União pode repassar parte dos recursos a estados, Distrito Federal e municípios para compensar as perdas da isenção do Imposto de Renda sobre os salários de servidores.

Regularização

O projeto também cria o Programa de Regularização Tributária para Pessoas Físicas de Baixa Renda (Pert-Baixa Renda), voltado à regularização de dívidas tributárias e não tributárias vencidas até a data da futura lei. Podem aderir ao programa pessoas físicas com rendimento até R$ 7.350 mensais, ou R$ 88.200 anuais.

Quem recebe até R$ 5 mil por mês tem acesso integral aos descontos e benefícios, enquanto rendas superiores têm redução proporcional dos incentivos. O valor mínimo de cada parcela é de R$ 200.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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