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Comissão Mista aprova MP do IOF e texto vai à votação final no Congresso

Medida Provisória que unifica IR em 17,5% para aplicações financeiras e mantém isenções para LCI e LCA foi aprovada por 13 a 12 votos e precisa ser ratificada até quarta (8) para não caducar

Comissão mista da Câmara aprova MP 1303 sob relatoria de Carlos Zarattini

A Medida Provisória 1.303/2025, que redefine a tributação sobre investimentos e cria novas fontes de receita para compensar o aumento do IOF, foi aprovada nesta terça-feira (7) pela comissão mista do Congresso Nacional, por um placar apertado de 13 votos a 12. O relatório, relatado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), prevê a unificação da alíquota do Imposto de Renda (IR) em 18% para aplicações financeiras, incluindo ações, além da manutenção da isenção do IR para Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e debêntures incentivadas.

A aprovação da comissão, porém, ainda precisa passar pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado até esta quarta-feira (8), data em que a MP caduca e perde validade se não for votada. A expectativa de arrecadação para 2026 caiu de R$ 21,8 bilhões para R$ 17 bilhões, refletindo as concessões feitas para garantir apoio político, como a não majoração do imposto sobre apostas online.

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Entre os principais pontos da MP estão o fim da isenção para vendas de criptomoedas até R$ 35 mil mensais, a criação de programas de regularização tributária para criptomoedas e apostas esportivas, o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das fintechs de 9% para 15%, a elevação do IR sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 20%, e a criação de um ETF isento com ativos incentivados. A MP também equipara as regras do mercado de balcão às da bolsa B3.

Se aprovada definitivamente e sancionada ainda neste ano, as novas regras tributárias passarão a valer a partir de 2026, configurando uma mudança relevante no regime fiscal sobre investimentos no país. A decisão final do Congresso deve ocorrer até amanhã, dado o prazo fatal para a validade da MP.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.