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Almoço de Zema e Kassab nesta terça terá no cardápio o destino de Simões para 2026

Em almoço programado com Zema nesta terça-feira (7), o governador e o PSD de Minas têm pressa na filiação de Mateus Simões. Há resistências. Rodrigo Pacheco não pretende sair do PSD e tem disposição para bater chapa em convenção com Mateus Simões.

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab tem almoço programado nesta terça-feira (7) na Cidade Administrativa, a convite do governador Romeu Zema (Novo). Se não houver imprevistos, também vão se sentar à mesa o presidente estadual do PSD, Cássio Soares e o vice-governador Mateus Simões (Novo). A filiação de Mateus Simões ao PSD é um dos pontos da pauta. O vice-governador tem pressa em resolver a sua situação partidária. Mas, apesar do apoio que Mateus Simões encontra no PSD de Minas, no meio do caminho, tem uma pedra, como certa vez registrou o poeta Carlos Drummond de Andrade. Ou talvez, no meio da caminho, há algumas pedras. Elas estão em Brasília. O senador Rodrigo Pacheco (PSD), possível candidato ao governo de Minas, não pretende deixar a legenda e, se confirmar a sua candidatura ao Palácio Tiradentes, tem afirmado a interlocutores que pretende bater chapa com Mateus Simões, numa disputa interna em convenção do PSD para a indicação do candidato ao governo de Minas. Nessa hipótese, no PSD, Mateus Simões correria risco de não ser o indicado.

É mais uma variável na equação de incertezas da política. A provável aposentadoria do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso segue sendo foco de pressão e incerteza para a candidatura de Pacheco. Barroso agora empurra a definição para início de 2026. E esse é um tempo em que a evolução do desempenho do governo Lula irá definir os aliados potenciais e as composições de sua reeleição na corrida presidencial. As composições nos estados, inclusive, em Minas Gerais, também dependerão da recuperação dos índices de aprovação de Lula. Em política isso se chama expectativa de poder. Quais legendas estarão juntas no campo político lulista ou quais legendas, se não estarão coligadas ao campo de Lula, vão liberar as composições nos estados? São perguntas que importam.

No campo bolsonarista, a perspectiva de recuperação de indicadores de Lula e o fogo amigo de Eduardo Bolsonaro são variáveis que, pelo momento, já atingiram a pré-candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Mas a briga interna continua. Agora o bate-boca é entre o senador Ciro Nogueira (PI), do PP e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União, também pré-candidato à presidência da República. Ciro tem articulado pela candidatura de Tarcísio de Freitas para ser o vice da chapa. Como alternativa, Ciro Nogueira menciona em entrevistas à mídia nacional Ratinho, sem citar Caiado e tampouco, sem mencionar Zema como pré-candidaturas do campo. Caiado não aceita ser rifado publicamente. Zema, pôs panos quentes, declarando que o adversário de seu campo político é Lula e o PT. Deixou Caiado sozinho na briga interna entre o PP e o União, os dois partidos da uma superfederação, que mal acaba de ser formalizada. No ditado popular: em casa onde falta pão, todos gritam e ninguém tem razão.

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Jornalista, doutora em Ciência Política e pesquisadora

A opinião deste artigo é do articulista e não reflete, necessariamente, a posição da Itatiaia.