O governador Romeu Zema (Novo) está em contagem regressiva para deixar o governo. Declarou que lhe restam 183 dias. No calendário, ele marca a data de 3 de abril de 2026 para sair do cargo, antecipando em quase um mês o prazo final de desincompatibilização para concorrer à Presidência da República. Com isso, o vice-governador Mateus Simões (PSD) assumirá a cadeira de governador. E nessa condição, pretende concorrer à reeleição. Isso significa que na hipótese de ser eleito, Mateus só poderia exercer um mandato de quatro anos. Em 2030, caso Zema não se eleja a cargo algum em 2026, poderia retornar em 2030. São cenários.
Romeu Zema declarou nesta quinta-feira (02.10) que apoia e concorda com a decisão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de não concorrer à reeleição. E fez isso porque não lhe interessa que Tarcísio seja candidato à Presidência da República. Se Tarcísio for candidato ao Planalto, como deseja o Centrão e a maior parte das elites financeiras e produtivas paulistas, seria pequena a chance de Zema ter espaço nessa chapa como vice. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não cogita essa composição. E menos ainda o Centrão, que quer Tarcísio concorrendo ao Planalto para indicar o vice na chapa.
Mas sem Tarcísio na disputa à Presidência, o cenário de governadores de oposição na disputa ao Palácio do Planalto se afunila de quatro para três nomes. O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), passa a ser o favorito dos setores produtivos nacionais. E é nessa chapa que se abre uma possibilidade para Zema de composição ao Planalto, como vice na chapa de Ratinho. Em Minas Gerais, Mateus Simões ensaia a sua filiação ao PSD. E no Paraná, o vice-prefeito de Curitiba, Paulo Martins, que deixou o PL e se filiou ao Novo, é um dos possíveis nomes considerados por Ratinho para a sua sucessão. É mais um cenário.
Fora de uma composição na corrida à Presidência da República, as chances de Zema se reduzem. Se a política mais a frente não levar Tarcísio a voltar atrás e concorrer, o cenário que se desenha nesse campo político seria o de três governadores de oposição, mais um nome da família Bolsonaro, que com certeza não pensa em abrir mão do comando. Zema pode ainda sempre optar pelo Senado, contrariando o secretário de estado de Governo, Marcelo Aro (PP), que também é pré-candidato. Ou seguir torcendo para que assim como em 2018, o raio volte a cair duas vezes, no mesmo lugar.