Em estreia do
Logo no início, Toscano contextualizou a história da empresa, fundada em 1958, em Sarzedo e conhecida pela antiga ligação com Bernardo Paz e o Instituto Inhotim. Após a aquisição recente, a Itaminas iniciou um processo de profissionalização da gestão. “Quem não conhece a Itaminas está no mesmo patamar que eu estava um dia. Eu também não conhecia quando veio a proposta”, disse.
O executivo explicou que foi convidado não pela formação técnica, mas pela necessidade de governança: “Eu falei: eu não sei de minério de ferro. E eles disseram: a gente precisa de gestão e institucionalidade.”
Um dos trechos mais marcantes da entrevista foi quando Toscano explicou, de forma didática, a presença da mineração no cotidiano: “Quem está nos escutando hoje acordou com o celular tocando. O celular tem minério de ferro, tem bauxita, cobalto… A cafeteira elétrica também tem mineração. O carro tem aço. O computador também. A mineração tá na vida de todo mundo e as pessoas não percebem porque não consomem minério diretamente.”
Ao falar de liderança, Thiago Toscano reforçou o princípio que orienta seu estilo de gestão. “Aprendi a tratar as pessoas do jeito que eu gostaria de ser tratado. O fato de ser presidente não te torna melhor que ninguém.”
O CEO afirma também que a posição exige responsabilidade constante: “Eu cheguei naquela posição e tenho muito para demonstrar. Começam os problemas. Tenho que mostrar que estou à altura de quem me escolheu.”
Em inovação, trouxe o conceito de efetividade para dentro da gestão privada, com um olhar que vai além da eficiência e da eficácia. “No setor privado falta perguntar se melhorou a vida das pessoas.”
Segundo o executivo, ESG e geração de valor estão no mesmo nível no mapa estratégico da empresa. “ESG, pra gente, é melhorar concretamente a vida da comunidade.”
Toscano também relatou resultados concretos dessa agenda, como a negociação com o banco alemão KfW. “A taxa deles é metade da SELIC. Isso gera valor.”
Entre os erros, citou o caso de um posto de saúde em um bairro carente que recebeu R$ 50 mil em equipamentos da empresa, mas sem alinhamento com o restante da cidade.
“O erro foi agir isoladamente. Toda ação social precisa ser conjunta.”
Sobre o futuro, o executivo detalhou o plano de investimento entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões para os próximos dez anos, com projeção de crescimento acelerado da produção:
– 2024: 6,2 milhões de toneladas
– 2025: 7,8 milhões de toneladas
– 2026: entre 9 e 10 milhões de toneladas
“A meta é chegar entre 10 e 15 milhões de toneladas”, afirmou.
A Pergunta de Ouro, (“Com tantos acidentes ambientais que já aconteceram, o que a Itaminas vem fazendo e vai fazer para não acontecer com ela?”) enviada pela audiência,
tratou da segurança operacional após os grandes acidentes ambientais. “A Itaminas hoje não opera com barragens… focamos muito em segurança e meio ambiente.”
O presidente da Itaminas encerrou com o relato mais forte da entrevista: “Uma familiar de vítima de Brumadinho me ligou e pediu pra filha dela trabalhar comigo. Ela disse: ‘Eu perdi uma filha pra mineração e entrego a outra para vocês, porque o que vocês fazem é
diferente’.”
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