Senadores brasileiros que integram a missão oficial aos Estados Unidos se reuniram, nesta quarta-feira (23), com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e a embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti. O encontro virtual teve como objetivo alinhar os últimos detalhes da viagem que ocorrerá entre os dias 28 e 30 de julho, em Washington, com foco em articular apoio político contra o
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A comitiva foi criada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado e aprovada em plenário com caráter suprapartidário e institucional. Os parlamentares não têm prerrogativa de negociar diretamente as tarifas - algo de competência do Executivo -, mas pretendem dialogar com congressistas, empresários e representantes do setor produtivo americano para demonstrar os impactos bilaterais das medidas.
O grupo será formado pelos senadores:
- Nelsinho Trad (PSD-MS) – presidente da Comissão de Relações Exteriores
- Jaques Wagner (PT-BA) – líder do governo no Senado
- Tereza Cristina (PP-MS)
- Marcos Pontes (PL-SP)
- Esperidião Amin (PP-SC)
- Rogério Carvalho (PT-SE)
- Fernando Farias (MDB-AL)
- Carlos Viana (Podemos-MG)
Após a reunião desta quarta-feira, o senador Nelsinho Trad, que lidera a comitiva, explicou que os encontros em Washington vão incluir representantes do setor privado e parlamentares norte-americanos.
“A agenda técnica vai terminar de ser concluída até o final dessa semana, onde nós vamos reunir com empresários americanos que têm negócios com o Brasil, empresários brasileiros que têm negócios com os Estados Unidos, parlamentares americanos num dia subsequente, para que nós da Comissão possamos demonstrar a intenção de estreitar a relação diplomática com os Estados Unidos. Não pode ficar fria da forma como está. E no outro dia, terminada a missão, o regresso para o Brasil”, afirmou Trad.
Participaram também da reunião a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, e representantes do gabinete do vice-presidente Geraldo Alckmin. Técnicos do governo alertaram, durante o encontro, que o tarifaço pode comprometer setores como o agronegócio, a metalurgia e a indústria de transformação, com risco para até 1,9 milhão de empregos no Brasil.
Ainda durante o encontro, segundo senadores que estiveram presentes, o chanceler Mauro Vieira detalhou os esforços já feitos junto ao Tesouro americano e lembrou que, mesmo com o Brasil incluído entre os chamados “Dirty 15” - países acusados pelos EUA de práticas comerciais desleais e emissões de carbono elevadas -, a diplomacia brasileira tem argumentado que o país mantém um déficit comercial com os Estados Unidos há 15 anos, o que, segundo ele, deveria ser levado em conta nas tratativas. Países como Austrália e Reino Unido, que têm perfil semelhante, não foram penalizados.
A expectativa dos senadores é que, mesmo sem poder decisório, a missão contribua para abrir espaço a um entendimento diplomático e postergar a entrada em vigor das tarifas, prevista para 1º de agosto.