Os senadores que vão integrar a comitiva oficial aos Estados Unidos ase reúnem nesta quarta-feira (23) com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para alinhar os detalhes da missão que tentará reverter - ou adiar - o tarifaço de 50% imposto pelos EUA sobre produtos brasileiros.
A viagem está marcada para o próximo domingo (27), com encontros previstos em Washington entre os dias 28 e 30 de julho. A expectativa é dialogar com congressistas americanos - tanto democratas quanto republicanos - em busca de apoio político para adiar ou mitigar as sanções, que devem entrar em vigor no dia 1º de agosto.
Segundo o senador Carlos Viana (Podemos-MG), que fará parte da missão, o chanceler quer explicar em que estágio estão as negociações. “O Itamaraty tem feito esforços, até aqui infrutíferos, para impedir as sanções. Nossa expectativa é reforçar o histórico de boa relação entre Brasil e Estados Unidos. Se conseguirmos adiar a aplicação das tarifas, já será uma grande vitória”, afirmou.
A comitiva contará com oito senadores. São eles:
- Nelsinho Trad (PSD-MS) – Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado
- Jaques Wagner (PT-BA) – Líder do governo no Senado
- Tereza Cristina (PP-MS)
- Astronauta Marcos Pontes (PL-SP)
- Esperidião Amin (PP-SC)
- Rogério Carvalho (PT-SE)
- Fernando Farias (MDB-AL)
- Carlos Viana (Podemos-MG)
Apesar do tom institucional e dá importância da pauta para a economia brasileira, a missão tem sido alvo de ataques do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está morando nos Estados Unidos desde março. Em postagens nas redes sociais, ele disse que a comitiva está “fadada ao fracasso” e que os parlamentares não representam o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Boicote nas negociações
Eduardo Bolsonaro tem se reunido com figuras ligadas à direita norte-americana e apoiadores de Donald Trump. Em discursos e entrevistas, afirma que o Brasil vive um cenário de “perseguição política” e defende que qualquer tentativa de diálogo só deve ocorrer após uma “anistia ampla, geral e irrestrita” aos investigados por tentativa de golpe, incluindo seu pai - réu no Supremo Tribunal Federal por uma suposta tentativa de golpe de estado.
“Não há sequer início de discussão sem anistia. Buscar interlocução sem retomar liberdades fundamentais é vazio de legitimidade”, escreveu. Eduardo, que retornou recentemente de licença parlamentar e, mesmo assim, afirmou que não tem intenção de voltar ao Brasil e exercer o mandato.