Ouvindo...

Zema diz querer ‘pente-fino’ em programas sociais e afirma que sua missão é ‘tirar o PT’ da presidência

As declarações aconteceram em entrevista à CNN, na noite desta quinta-feira (24)

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo)

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que deve ser lançado como candidato à Presidência no próximo mês, subiu o tom contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que sua grande missão como possível candidato é “tirar o PT” do governo federal. As declarações aconteceram em entrevista à CNN, na noite desta quinta-feira (24).

“Espero que eles (STF) revejam (as posições) antes que algo mais drástico seja necessário”, afirmou o governador sobre a atuação do Supremo. Questionado sobre como seria sua interlocução com a Corte caso eleito presidente, Zema voltou a criticar as decisões do ministro Alexandre de Moraes em relação a Jair Bolsonaro e disse acreditar que, até a eleição de 2026, haverá um “comedimento” do STF.

Leia também

“É um absurdo proibir um pai de falar com o filho, proibir alguém de dar entrevistas. Até a eleição do ano que vem vai haver um comedimento em relação a essas decisões porque isso está ficando insustentável. Qualquer pessoa em sã consciência, com algum senso crítico, vai começar a rever suas posições. Quando se está lidando com alguém que não tem nenhuma autocrítica, talvez tenha que apelar para algo mais severo. Espero que não cheguemos a isso”, pontuou.

Zema, que classificou a gestão de Lula como “revanchista” e persecutória, afirmou ser muito parecido com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas pontuou ter mais experiência em gestão. “Estou muito acostumado a montar times”, disse. “Nós mostramos em Minas Gerais que é possível fazer boas entregas, mesmo tendo herdado um estado arruinado pelo PT, como era a situação de Minas Gerais em 2018. Coincide com o que o Brasil precisa neste momento”, defende.

‘Pente-fino’ em programas sociais

Perguntado sobre suas políticas econômicas como possível presidenciável, Zema ressaltou que acredita ser necessária uma nova reforma da previdência, além de um “pente-fino” nos programas sociais. “Muita gente que não precisa, que não deveria receber, recebe”, disse. O governador foi questionado sobre sua posição em relação aos “supersalários” e afirmou ser contra – no serviço público – que existam carreiras para “criar milionários”. Sobre a previdência dos militares, Zema ponderou que é necessário “ser estudado com critério”.

Tarifaço e Eduardo Bolsonaro

Outro assunto abordado pelos entrevistadores foi o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Questionado sobre sua posição em relação à atuação de Eduardo Bolsonaro, que é apontado como um dos articuladores do endurecimento das políticas contra o Brasil, no país americano, Zema disse que o filho do ex-presidente acabou por criar um “embaraço”. “Ele pode até ter tentado ajudar o Brasil, ter feito uma atuação nesse sentido, mas o resultado foi um tarifaço que está prejudicando e pode vir a prejudicar milhares de brasileiros”, argumentou.

Zema ainda defendeu que o problema começou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que de acordo com ele, se aproximou de “ditadores contra os Estados Unidos” e se distanciou de “democracias”, dando a Trump uma “oportunidade de retaliar o Brasil”. “Deveria ter retaliado o governo brasileiro, não os brasileiros que trabalham e exportam para os Estados Unidos”, concluiu.

Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.