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‘Tarifaço’ de Trump: entenda as justificativas dos EUA para as tarifas recíprocas

Valor para produtos do Brasil é de 10%; medidas foram anunciadas na tarde desta quarta-feira (2) no Jardim das Rosas da Casa Branca;

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (2) uma série de impostos de importação. O republicano afirmou que hoje foi “um dos dias mais importantes da história dos EUA” e marca o “início da era de ouro para os americanos”.

As medidas foram apresentadas ao lado de autoridades no Jardim das Rosas da Casa Branca logo após o fechamento da Bolsa de Nova York.

Trump afirmou que as medidas serão aplicadas para adversários e para parceiros históricos. “Para amigos e inimigos. E muitas vezes os amigos são piores que os inimigos em termos de comércio”, disse.

O presidente republicano afirmou que as medidas impostas por outros países “arrasaram” a base industrial dos EUA, o que ele diz que colocou a segurança nacional do país em risco. A culpa foi atribuída aos presidentes americanos anteriores.

A primeira medida anunciada por Trump foi a confirmação de que, a partir de meia-noite, serão impostas tarifas de 25% em todos os automóveis produzidos foram dos EUA.

Citou como justificativa que a Toyota, empresa japonesa, vende milhões de automóveis nos Estados Unidos, enquanto a americana General Motors (GM) praticamente não atua no Japão.

Anúncio de tarifas recíprocas

O presidente republicano anunciou que vai taxar em 10% os produtos do Brasil.

“As tarifas não serão totalmente reciprocas, mas serão duras com alguns países”, disse.

Confira os valores divulgados da taxação para países:

  • China: 34%;
  • União Europeia: 20%;
  • Vietnã: 46%;
  • Taiwan: 32%;
  • Japão: 24%;
  • Índia: 26%;
  • Coreia do Sul: 25%;
  • Tailândia: 36%;
  • Suíça: 31%;
  • Indonésia: 32%;
  • Malásia: 24%;
  • Camboja: 49%;
  • Reino Unido: 10%;
  • África do Sul: 30%;
  • Brasil: 10%
  • Bangladesh: 37%;
  • Israel: 17%;
  • Filipinas: 17%;
  • Chile :10%;
  • Austrália: 10%;
  • Paquistão: 29%;
  • Turquia: 10%;
  • Sri Lanka: 44%;
  • Colômbia: 10%.
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‘Primeiro os Estados Unidos’

Antes dos anúncios, Trump escreveu em sua rede social Truth Social de que esta quarta seria o “Dia da Libertação dos Estados Unidos”.

Desde o início de seu novo governo, ele acusa os parceiros comerciais dos Estados Unidos de prejudicarem o país por décadas e alega práticas comerciais desleais que roubam a riqueza dos EUA.

Entre os alvos estão adversários como a China e aliados históricos como Canadá, México e União Europeia.

Entre os principais objetivos das medidas estão a reindustrialização do país, o reequilíbrio da balança comercial e a eliminação do déficit fiscal. O presidente republicano afirmou que as mudanças farão os Estados Unidos “ricos novamente”.

Antes do anúncio, o site oficial da Casa Branca publicou um texto defendendo que as tarifas implementadas no primeiro mandato de Trump foram eficazes “para atingir objetivos econômicos e estratégicos”.

Segundo o jornal The New York Times, a previsão é que o anúncio de Trump subverta a ordem comercial global e alerta para a possibilidade de uma guerra comercial global.

A medida é uma consequência direta das políticas de “America First” (Primeiro os Estados Unidos) do presidente republicano.

Brasil responde

Em resposta ao “tarifaço” de Trump, o Senado brasileiro aprovou nessa terça-feira (1º) um projeto para criar mecanismos de retaliação a países que imponham barreiras comerciais a produtos brasileiros.

A proposta é que as medidas de retaliação sejam proporcionais ao impacto econômico causado pelas tarifas de outros países ou blocos.

Após ser aprovado por unanimidade em regime de urgência, o texto da “Lei da Reciprocidade Econômica” segue para análise da Câmara dos Deputados.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.
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