Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (2) uma série de impostos de importação. O republicano afirmou que hoje foi “um dos dias mais importantes da história dos EUA” e marca o “início da era de ouro para os americanos”.
As medidas foram apresentadas ao lado de autoridades no Jardim das Rosas da Casa Branca logo após o fechamento da Bolsa de Nova York.
Trump afirmou que as medidas serão aplicadas para adversários e para parceiros históricos. “Para amigos e inimigos. E muitas vezes os amigos são piores que os inimigos em termos de comércio”, disse.
O presidente republicano afirmou que as medidas impostas por outros países “arrasaram” a base industrial dos EUA, o que ele diz que colocou a segurança nacional do país em risco. A culpa foi atribuída aos presidentes americanos anteriores.
A primeira medida anunciada por Trump foi a confirmação de que, a partir de meia-noite, serão impostas tarifas de 25% em todos os automóveis produzidos foram dos EUA.
Citou como justificativa que a Toyota, empresa japonesa, vende milhões de automóveis nos Estados Unidos, enquanto a americana General Motors (GM) praticamente não atua no Japão.
Anúncio de tarifas recíprocas
O presidente republicano anunciou que vai
“As tarifas não serão totalmente reciprocas, mas serão duras com alguns países”, disse.
Confira os valores divulgados da taxação para países:
- China: 34%;
- União Europeia: 20%;
- Vietnã: 46%;
- Taiwan: 32%;
- Japão: 24%;
- Índia: 26%;
- Coreia do Sul: 25%;
- Tailândia: 36%;
- Suíça: 31%;
- Indonésia: 32%;
- Malásia: 24%;
- Camboja: 49%;
- Reino Unido: 10%;
- África do Sul: 30%;
- Brasil: 10%
- Bangladesh: 37%;
- Israel: 17%;
- Filipinas: 17%;
- Chile :10%;
- Austrália: 10%;
- Paquistão: 29%;
- Turquia: 10%;
- Sri Lanka: 44%;
- Colômbia: 10%.
‘Primeiro os Estados Unidos’
Antes dos anúncios, Trump escreveu em sua rede social Truth Social de que esta quarta seria o “Dia da Libertação dos Estados Unidos”.
Desde o início de seu novo governo, ele acusa os parceiros comerciais dos Estados Unidos de prejudicarem o país por décadas e alega práticas comerciais desleais que roubam a riqueza dos EUA.
Entre os alvos estão adversários como a China e aliados históricos como Canadá, México e União Europeia.
Entre os principais objetivos das medidas estão a reindustrialização do país, o reequilíbrio da balança comercial e a eliminação do déficit fiscal. O presidente republicano afirmou que as mudanças farão os Estados Unidos “ricos novamente”.
Antes do anúncio, o site oficial da Casa Branca publicou um texto defendendo que as tarifas implementadas no primeiro mandato de Trump foram eficazes “para atingir objetivos econômicos e estratégicos”.
Segundo o jornal The New York Times, a previsão é que o anúncio de Trump subverta a ordem comercial global e alerta para a possibilidade de uma guerra comercial global.
A medida é uma consequência direta das políticas de “America First” (Primeiro os Estados Unidos) do presidente republicano.
Brasil responde
Em resposta ao “tarifaço” de Trump, o Senado brasileiro aprovou nessa terça-feira (1º) um
A proposta é que as medidas de retaliação sejam proporcionais ao impacto econômico causado pelas tarifas de outros países ou blocos.
Após ser aprovado por unanimidade em regime de urgência, o texto da “Lei da Reciprocidade Econômica” segue para análise da Câmara dos Deputados.