A construção de um
O projeto tem o potencial de retirar de circulação cerca de 5 mil caminhões e carretas de minério por dia.
A Itatiaia percorreu as cidades que podem ser impactadas pela construção do terminal ferroviário, conversando com motoristas que utilizam a rodovia diariamente. O medo de transitar pela BR-381 é unânime entre os entrevistados.
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Romeo de Figueiredo Souza, caminhoneiro de 48 anos, descreve a estrada como ‘muito perigosa, muito sinuosa, com muita serra’. Já Reginaldo Alves Rodrigues, representante comercial de 46 anos, ressalta: ‘Você sabe que vai sair de casa, mas não sabe se vai voltar’.
Impacto dos veículos pesados na segurança viária
De acordo com dados do Observatório Estadual de Segurança Pública, apenas no trecho da BR-381 que envolve as cidades de São Joaquim de Bicas, Igarapé, Mateus Leme e Mário Campos, foram registrados 2.214 acidentes envolvendo caminhões pesados no ano passado.
O professor especialista em segurança do trânsito, Aguimar Bento Teodoro, considera positivo o investimento em ferrovias: ‘O transporte ferroviário é mais seguro e econômico, principalmente para o transporte de matéria-prima. A presença de caminhões e automóveis aumenta a probabilidade de ocorrência de acidentes de trânsito’.
Desafios específicos do transporte de minério
Osias Batista, consultor em trânsito e transporte, explica um problema específico causado pela carga de mineração na rodovia: ‘O minério sai úmido da mineração, escorrendo lama que cria uma superfície escorregadia sobre o asfalto’. Ele enfatiza a importância do enlonamento adequado da carga para evitar a queda de detritos durante o transporte.
A Cedro Mineração, responsável pelo projeto da ferrovia, planeja iniciar as obras do ramal ferroviário de mais de 26 quilômetros em 2027. A expectativa é que, com a implementação da ferrovia, 5 mil carretas deixem de circular diariamente nas rodovias mineiras, contribuindo significativamente para a redução de acidentes e melhoria da segurança viária na região.