Exemplo mundial, o Brasil possui uma estrutura sólida de geração de energia renovável,
De acordo com especialistas, a tarifa de energia é composta por diferentes cobranças. O consumidor paga pela geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, além de tributos estaduais e federais e subsídios.
A cobrança que mais tem aumentado é a dos subsídios, que em 2025 já representa 17% da tarifa, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Outros tributos e impostos também cresceram, chegando a 20%, de acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).
Os subsídios são valores destinados a financiar políticas públicas, como a Tarifa Social, e a oferecer incentivos a quem utiliza fontes de energia renovável, como painéis solares. Esses custos, porém, são repassados ao consumidor comum e se tornam mais altos a cada ano. No fim, somam-se aos impostos e encargos já existentes, elevando ainda mais o valor final da conta de luz.
Motorista de aplicativo e produtor de doces caseiros, Marco Vinícius Tadeu de Oliveira paga, em média, R$ 250 reais por mês de conta de luz. O microempreendedor conversou com a Itatiaia. Marco Vinícius acredita que os impostos têm contribuído para o aumento da tarifa.
Já o microempresário Alan Carvalho conta que, desde o ano passado, percebeu uma elevação considerável nos gastos com energia. “No ano passado, era entre 250 e 280 reais. Agora, dificilmente vem menos de 300 reais. E o consumo é o mesmo, sem nenhum eletrodoméstico novo, sem nenhuma pessoa a mais em casa. Acho um absurdo. Fazer esses reajustes muito acima da inflação é complicado”, conta o microempresário.
O presidente da Abradee, Marcos Madureira, detalha a elevação dos subsídios e de outros componentes que também subiram nos últimos anos.
“A parte da energia foi uma das que cresceu um pouco mais do que a inflação, cerca de 130%. Depois disso, temos a transmissão, que aumentou algo em torno de 140% nesse período, enquanto a inflação ficou em cerca de 130%. Mas o que mais cresceu foram os chamados encargos ou subsídios, cerca de 240%. Ou seja, eles aumentaram o dobro do que cresceu a inflação. Então, eu diria que o grande problema que temos na conta de luz do brasileiro são os subsídios incluídos nessa tarifa, principalmente os voltados às chamadas energias renováveis”, explica Madureira.
Presidente da Abradee, Marcos Madureira
Segundo a Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel), nos últimos 15 anos, a conta de luz subiu 45% acima da inflação. Esse aumento impacta diretamente as tarifas de energia elétrica das empresas, elevando o custo de produção na indústria, no comércio e nos serviços.
Presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados, o deputado federal Lafayette de Andrada (Republicanos) afirma que o Brasil está entre os países com energia mais cara do mundo.
“Nenhum país paga tanto por energia quanto o brasileiro. Esse é o nosso grande desafio. Temos energia em abundância e barata, mas a conta de luz é caríssima. Nossa conta tem mais de 11 encargos, além de diversos impostos. Apenas um terço do valor pago é, de fato, pela energia consumida; o restante é composto por encargos, impostos e subsídios. Isso quase triplica o valor final. O meu esforço na Câmara, todos os dias, é abrir espaço para baratear o preço da energia e reduzir a conta de luz para o cidadão”, detalha o deputado.
Deputado Federal Lafayette de Andrada