Governo apresenta diagnóstico de reservatórios e propõe estratégias para gestão

Relatório da governança de reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) propõe modernização da gestão dos reservatórios

Usina Hidrelétrica de Três Marias, em Minas Gerais

O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou, nesta segunda-feira (20), um diagnóstico da governança da gestão dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN), onde propõem medidas para modernizar e fortalecer a coordenação entre os órgãos responsáveis pela operação e pelo uso das águas no país. O estudo faz parte do Plano de Recuperação dos Reservatórios de Regularização de Usinas Hidrelétricas (PRR).

Segundo o secretário Nacional de Energia Elétrica, João Daniel Cascalho, fortalecer a governança dos reservatórios pode garantir o futuro do sistema elétrico e da segurança hídrica e energética do país. “A integração entre a gestão da água e da geração de energia é fundamental para que o Brasil avance em uma transição energética justa e sustentável”, disse.

No momento, alguns reservatórios apresentam um volume útil de água abaixo da metade, como o subsistema Sudeste / Centro-Oeste que possui um nível de 46,38%, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS). Com efeito, os níveis baixos levaram a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionar a bandeira vermelha patamar 1, que sinaliza uma condição desfavorável para a geração de energia nas hidrelétricas.

O relatório propõe uma série de mudanças na gestão do sistema, com base em análises técnicas, entrevistas com o setor, e um resgate histórico das crises hídricas de 2001, 2013 e 2021. O estudo contou com apoio do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, da Aneel, do ONS, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Bandeiras tarifárias: o que são e como se aplicam na conta de energia

O documento reúne informações sobre a atuação e as competências deste órgãos e de outros envolvidos na gestão dos recursos hídricos. “Os aprendizados desses episódios evidenciam que o fortalecimento da coordenação interinstitucional e o uso inteligente das informações hidrometeorológicas são elementos fundamentais para o enfrentamento de eventos climáticos extremos”, afirma o governo

O que precisa melhorar?

Segundo o relatório, uma série de pontos precisam passar por uma revisão para o aprimoramento da gestão dos reservatórios, como a atualização dos marcos legais, o fortalecimento das instâncias interinstitucionais e a criação de protocolos permanentes de prevenção e resposta a crises.

O documento destaca que, embora existam sistemas robustos de informação mantidos pela ANA e pelo ONS, ainda não há uma plataforma unificada, preditiva e interoperável que consolide em tempo real dados hidrológicos, cadastrais, energéticos, ambientais e regulatórios. De acordo com o governo, essa assimetria de informação atrasa respostas e dificulta a construção de consensos.

O relatório também propõe incentivos e mecanismos econômicos para ações preventivas. De acordo com o estudo, o arcabouço regulatório é “excessivamente reativo e punitivo” ao penalizar a indisponibilidade, mas não recompensar ações preventivas como o armazenamento estratégico de água ou investimentos em tecnologias de suporte, como usinas reversíveis e sistemas de baterias.

A pesquisa ainda destaca como ponto essencial criar protocolos regulatórios para controle de cheias. Enquanto na escassez hídrica há instrumentos institucionais, como declarações de escassez e salas de crise, não há protocolos equivalentes para enchentes. A ausência de instrumentos deixa o sistema vulnerável a improvisos e a judicialização

“Um avanço importante seria a criação de protocolos legais específicos para flexibilização de condicionantes operativos hidráulicos em situações de controle de cheias, bem como demais ações necessárias para esse fim, com critérios objetivos de acionamento e respaldo jurídico imediato, garantindo agilidade sem abrir mão da legitimidade”, explica o documento.

Leia também

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.
Receba conteúdos exclusivos do Eloos
Uma newsletter quinzenal com conteúdos exclusivos sobre a economia de Minas Gerais e os caminhos para o desenvolvimento do estado.
Leia Mais

Patrocinadores, Parceiros e Apoiadores

Patrocínio Master

Oferecimento

Apoio, Parceiros e Patrocinadores

Realização

Coparticipação

Correalização

Apoio Master

Escola de Negócios Parceira

Apoio, Parceiros e Patrocinadores

Patrocínio

Apoio

Apoio Institucional

Assessoria de impresa, Media Partner e Produção

Assessoria de imprensa

Media Partner

Produção