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Moraes vota para condenar todos os réus do ‘núcleo 4'

Ministro afirma que grupo usou estrutura do Estado para tentar deslegitimar eleições e promover um ‘levante popular’

O ministro Alexandre de Moraes, do STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira (21) pela condenação dos sete réus que compõem o “núcleo 4" da denúncia sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo teria usado a estrutura do Estado, incluindo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para disseminar desinformação sobre as urnas eletrônicas, atacar autoridades públicas e desacreditar o processo eleitoral.

Moraes acompanhou o entendimento da PGR e afirmou que os acusados integravam uma organização criminosa que buscava “deslegitimar a Justiça Eleitoral” e fomentar um “levante popular” para que as Forças Armadas aderissem ao golpe.

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“A imputação nesse núcleo é também da utilização da estrutura do Estado com outras condutas, mas dentro dessa organização criminosa armada liderada por Jair Messias Bolsonaro”, afirmou Moraes durante seu voto.

Durante o seu voto, o ministro detalhou a participação individual de cada réu, destacando que todos contribuíram, em diferentes níveis, para a tentativa de golpe.

Os réus do “núcleo 4" são:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros, major da reserva;
  • Ângelo Martins Denicoli, major da reserva;
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
  • Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército;
  • Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército;
  • Marcelo Araújo Bormevet, agente da PF e ex-integrante da Abin;
  • Reginaldo Vieira de Abreu, coronel do Exército.

Moraes decidiu condenar seis réus por cinco crimes:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Tentativa de golpe de Estado;
  • Dano qualificado;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

No entanto, em relação ao réu Carlos Cesar Rocha, o ministro deicidiu condenar ele somente aos crimes de organização criminosa armada e tentativa de golpe. Os outros crimes, Moraes decidiu absolver o réu por falta de provas.

Após o voto de Moraes, o presidente da Primeira Turma, ministro Flávio Dino, suspendeu a sessão, que será retomada às 14h desta terça-feira.

Na parte da tarde, devem votar os ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e o próprio Dino.

Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.