A filiação do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, ao PSD está prevista para o fim de outubro, mas o movimento já gera reações entre aliados do senador, Rodrigo Pacheco, considerado uma das principais lideranças da sigla. Parlamentares próximos ao ex-presidente do Congresso Nacional avaliam a possibilidade de deixar o partido caso o novo arranjo político altere o espaço do grupo dentro da legenda.
Em conversa com a Itatiaia, interlocutores ligados a Pacheco citaram dificuldades em vislumbrar o PSD com os dois nomes juntos. “O Rodrigo é a maior liderança do partido no país”, diz um deles. Aliados devem se reunir com o senador para discutir o futuro na sigla após a chegada do vice-governador,
que pretende concorrer à sucessão de Romeu Zema no governo de Minas.
O anúncio de Simões no PSD foi feito pelo presidente nacional do partido, Gilberto Kassab. A solenidade será às 9h, no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte. Pessoas ligadas a Pacheco ainda dizem que o presidente “fez o anúncio porque está matriculado no projeto do Tarcísio, de levá-lo à candidatura à presidente para disputar o governo (de São Paulo)”. O atual governador paulista, no entanto,
descartou concorrer ao Palácio do Planalto em 2026, dizendo estar concentrado em sua reeleição.
A reportagem procurou o
vice-governador de Minas Gerais para comentar o assunto e a matéria será atualizada assim que Simões se manifestar.
Saída do partido
A Itatiaia ainda apurou que,
caso Pacheco mude a rota e decida deixar o partido, pode levar aliados consigo. Entre os partidos interessados na filiação do senador estão MDB, União Brasil e PSB.
O grupo de parlamentares insatisfeitos, segundo apurou a reportagem, conta com nomes como Igor Timo, líder da bancada mineira do PSD na Câmara dos Deputados, Luiz Fernando Faria e Diego Andrade.
Mesmo
se Pacheco for indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o movimento de saída pode envolver ainda prefeitos. O PSD é o partido com mais chefes de executivo municipal em Minas Gerais.