Quem trafega diariamente pela BR-381, em trechos que cortam cidades da Grande BH, denuncia há anos as más condições da via e o excesso de veículos pesados.
Enquanto a obra ainda está por vir, quem passa pela BR-381, especialmente no trecho onde será construído o terminal Serra Azul — que envolve as cidades de Igarapé, Matheus Leme, São Joaquim de Bicas e Mário Campos — acredita que a diminuição da circulação de caminhões e carretas é o caminho para a queda do número de acidentes. A Itatiaia conversou com motoristas que passam diariamente pela rodovia, e o sentimento de insegurança é unanime entre eles.
“Muito perigosa, muito sinuosa, muita serra. E se torna mais perigosa, principalmente, para a gente, caminhoneiro, em função de carga muito alta, e os buracos, né? É muito esburacada, torna bem perigosa a viagem”, contou Deison da Silva.
Já o também caminhoneiro Romeu de Figueiredo Souza afirmou que convive com o medo sempre que precisa trafegar pela BR-381. "É muito perigosa (a rodovia), muita ultrapassagem perigosa. Você sabe que vai sair de casa, e não sabe se vai voltar, né? É trabalhar com muito cuidado, muita atenção, porque a estrada não ajuda”.
O representante comercial Reginaldo Alves Rodrigues, que transita quase que diariamente pelo rodovia, acredita que a única solução para melhorar a situação da BR-381 é reduzir o fluxo de veículos pesados.
“Embora a estrada seja duplicada, ela tem vários riscos, principalmente por causa do grande fluxo de carretas de minério”, disse Rodrigues. “Acredito eu que tirar esse fluxo grande de carretas seria bom para eles e para as pessoas que transitam com carros de passeio, carros pequenos e motos”, acrescentou.
De acordo com dados do Observatório de Segurança Pública do governo de Minas, apenas no ano passado ocorreram 2.225 acidentes de trânsito na região que vai ser atendida pela ferrovia — 214 envolvendo caminhões pesados —, com 318 vítimas.