Um levantamento da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) coloca a BR-381 no topo do ranking de estradas mineiras com maior número de acidentes: foram 2.600 ocorrências somente entre novembro de 2022 e outubro de 2023 — o equivalente a 30% do total. No mesmo período, foram registradas 159 mortes, mesmo índice da BR-116.
“A realidade dessa rodovia é que ela é sinuosa, com pouco pontos de ultrapassagem e com tráfego misto: com pessoas que trabalham na região, moram em Belo Horizonte, fazem o trajeto todo dia e estão cansadas. Isso contribui, também, para mais acidentes que ali acontecem também, infelizmente. E muita imprudência, pouca sinalização, asfalto ruim”, detalha o especialista em segurança no trânsito, Rodrigo Mendes.
Motoristas e pessoas que moram às margens da BR-381 sabem de cor os locais onde mais são registrados acidentes.
Tem uma curva famosa que se chama Curva da Macumba. Muito sinuosa e dá muito acidente
O trecho da saída de BH até Itabira é o mais crítico
Descida do Corte de Pedra, trevo de Ravena, Curva da Macumba. Isso por falta de sinalização, radar e duplicação
Quem frequentemente se depara com os graves acidentes são os socorristas voluntários, que costumam atender motoristas antes mesmo do resgate chegar. Henrique Dias, da ONG Anjos do Asfalto relembra um acidente de 2009, em que cinco estudantes morreram em uma batida envolvendo uma van escolar.
“A cidade já perdeu muitos habitantes da região e que precisam trafegar aqui”, lamenta.
Confira as outras reportagens da série:
Rodovia da Morte: motoristas e moradores aguardam, com expectativa, leilão da BR-381 Rodovia da Morte: moradores que vivem às margens da BR-381 sonham com mudança para local seguro
Para Wenderson Peixoto, também da Organização Não-Governamental, algumas melhorias foram feitas, principalmente entre os trevos de Caeté e Barão de Cocais.
“Mas de Caeté até Belo Horizonte ainda está bastante ruim. Antes, tinha muita colisão frontal, mas com a duplicação de alguns trechos, isso reduziu muito”, diz.