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Rodovia da Morte: moradores que vivem às margens da BR-381 sonham com mudança para local seguro

Milhares de famílias que vivem às margens de rodovia aguardam há uma década definição sobre processo de desapropriação

O estudo Concilia realizado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, em 2017, mapeou que duas mil famílias vivem irregularmente à beira da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares.

A dona de casa Walkiria da Silva e a família moram há mais de cinco anos na Vila da Luz, uma ocupação urbana de aproximadamente cinco hectares às margens da BR-381, na capital mineira.

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Assim como a Walkiria da Silva, outras duas mil famílias vivem a poucos passos de uma das rodovias mais movimentadas do país. A Juscelia Rodrigues, mãe de seis filhos, fala sobre a apreensão ao de morar ao lado da BR-381: “Eu vi muitos acidentes, já vi uma menininha morrendo ali embaixo, choro todos os dias e peço a Deus para nos tirar daqui. Os meninos têm que ir para a escola a pé e vão pela BR”,

BR-381: milhares de famílias vivem às margens da Rodovia da Morte e aguardam processo de desapropriação

A Denilsa Rodrigues de Araújo, de 54 anos, aguarda ansiosamente para sair do local: “Desde 2014 nós estamos aqui com uma folha, que passaram para nós, sobre a nossa remoção, para uma moradia mais segura. Minha preocupação é até quanto tempo mais nós teremos que ficar aqui”.

As duas ocupações, na Vila da Luz, em Belo Horizonte, e no Bom Destino, em Santa Luzia, estão inseridas nos lotes 8A e 8B, localizados entre BH e Caeté. As obras de duplicação desse trecho vão ser bancadas e executadas pelo governo federal, por meio do DNIT, que também vai responder pelos reassentamentos.

Desafio das desapropriações

O ex-secretário de infraestrutura e mobilidade de Minas Gerais e professor da Fundação Getúlio Vargas, Fernando Marcato, detalha o que acredita ser mais rápido para desapropriação de pessoas.

Ainda segundo Fernando Marcato, essa é uma das etapas mais difíceis das obras de duplicação da BR-381. “O problema das desapropriações envolve uma negociação com as famílias que serão desapropriadas, uma realocação ou indenização, e o grande receio é que esse processo se estenda para além do previsto”

O processo de reassentamento deve começar em 2025 após estudos realizados pela empresa que vencer o edital lançado pelo governo federal.

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Apaixonado por rádio, sou um bom mineiro que gosta de uma boa conversa e de boas histórias. Além de acompanhar a movimentação do trânsito, atuo também na cobertura de vários assuntos na Itatiaia. Sou apresentador do programa ‘Chamada Geral’ na Itatiaia Ouro Preto.