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Crescimento das emendas pode retirar poder decisório do Planalto em 2028, diz especialista

Modelo atual de pagamento de emendas pode retirar do presidente da República, já no próximo mandato, a capacidade sobre destinação de recursos

Modelo atual de pagamento de emendas pode retirar poder decisório dos Poderes Executivos

O modelo atual de crescimento das emendas parlamentares pode deixar a presidência da República com capacidade para decidir sobre investimentos a partir de 2028. A análise é do doutor em Direito Financeiro da USP e especialista em emendas, Renato Ramalho.

“Se o modelo de emendas continuar crescendo, o Poder Executivo em 2028 vai ter zero reais para investimentos discricionários, não vai ter nenhum poder decisório sobre o orçamento público. Todo o resto já está comprometido em despesas obrigatórias”, alerta Ramalho.

Segundo ele, com o aumento das obrigatoriedades no pagamento das emendas, o Poder Executivo perdeu sua capacidade de controlar a destinação das verbas.

“Emendas são basicamente um pedaço do orçamento público que é aprovado anualmente que os congressistas, seja no parlamento federal ou estadual ou municipal, podem ser indicados para que o Executivo gaste. Elas vieram crescendo desde 2015, em um processo de enfraquecimento da presidência da República e ao longo desses 10 anos a situação foi se ampliando para estados e municípios”, explica o especialista.

O pagamento das emendas se tornou motivo de embates entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os integrantes Congresso Nacional, que buscam garantir verbas para suas bases eleitorais em período eleitoral.

Assista a entrevista na íntegra:

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Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.