Transição energética impulsiona economia e exige novos investimentos no Brasil

Especialistas destacam que ampliar a eletrificação e diversificar a matriz são passos essenciais para o crescimento sustentável

Setor de energia limpa cresce no Brasil, mas demanda investimentos

Em consonância com a agenda climática internacional, o Brasil avança na transição energética. O país já opera com cerca de 90% de energia limpa e sustentável, consolidando uma matriz elétrica predominantemente renovável. No entanto, quando o tema é transporte, a geração ainda não é tão limpa.

No âmbito estadual, Minas Gerais se destaca. Neste ano, o estado alcançou 11,57 gigawatts (GW) de energia solar, superando a geração da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, a maior do país, que produz 11,2 GW.

Marcos Madureira, presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), afirma que esse cenário tem impacto direto no meio ambiente e na economia. “Precisamos fazer um uso mais adequado do ganho que temos com uma matriz limpa, como, por exemplo, aumentar a eletrificação da economia”, destaca Madureira.

Marcos Madureira, presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee)

Minas segue como referência nacional: é o estado que mais gera energia limpa, alcançando 95% da geração desse tipo. Reynaldo Passanezi Filho, presidente da Cemig, reforça a força mineira no setor. “Nossa matriz já é de 85% a 90% limpa; em Minas, mais ainda. A matriz da Cemig é 100% limpa. Portanto, a transição energética é totalmente estratégica”, detalha Passanezi Filho.

Reynaldo Passanezi Filho, presidente da Cemig

Ser sustentável exige constante transformação e, ao mesmo tempo, garantir que o consumidor não fique sem eletricidade. As termelétricas, por exemplo, dependem do carvão mineral, um recurso que leva milhões de anos para se formar e um dia vai acabar, assim como o petróleo. Já as hidrelétricas produzem menos energia em períodos de seca.

O desenhista Vicente Ranieri, de 74 anos, acredita que o mundo ainda discute pouco o fim das fontes não renováveis. “Falta entrar mais na cabeça das pessoas para rever conceitos e posições, porque o recado está sendo dado a todo momento. Cabe a nós buscarmos as possibilidades viáveis”, afirma.

Já o administrador Carlos Vinícius, de 35 anos, defende que é preciso diversificar. “O investimento é viável, desde que seja acessível para todo mundo. Mas, obviamente, você não pode depender apenas desses recursos. Por isso, no mundo não se fala só em transição energética. A adição energética e a diversificação também são tendências do futuro global”, explica.

O conceito de adição energética se refere ao aumento da capacidade de geração. É o que destaca o diretor de Programas para Gestão Pública da Fundação Dom Cabral e especialista em transição energética, professor Paulo Guerra.

“Quando falamos em adição energética, estamos tratando basicamente da expansão da capacidade de geração de energia. À medida que adquirimos novas tecnologias e melhores condições sociais, também aumentamos o nosso consumo de energia”, explica.

De acordo com o relatório World Oil Outlook, da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), mesmo com o avanço das energias renováveis, o mundo precisará ampliar em 23% a geração de energia até 2050 para atender à demanda e boa parte ainda viria de combustíveis fósseis, como o petróleo.

Paulo Guerra, porém, pondera que outros dados colocam em dúvida essa previsão e indicam uma migração global para as fontes renováveis.

“Se olharmos para os dados da IRENA, a Agência Internacional de Energia Renovável, esse argumento é falacioso. Nos últimos dez anos, o crescimento das renováveis no mundo foi de 130%. Se já conseguimos aumentar 130% em uma década, por que precisaríamos de combustíveis fósseis para suprir uma demanda que deve crescer 23% até 2050?”, questiona o professor.

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
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