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Projeto que autoriza adesão de Minas ao Propag é aprovado em 1º turno na ALMG

Texto, de autoria do governo Zema, autoriza o estado a deixar o Regime de Recuperação Fiscal e aderir a novo programa federal

ALMG aprovou projeto que autoriza adesão de Minas Gerais ao Propag

Com 59 votos favoráveis e nenhum voto contrário, o projeto que permite a entrada de Minas Gerais no Propag, o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados, foi aprovado em primeiro turno no plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (28).

O texto foi enviado pelo governador Romeu Zema (Novo) e autoriza o Estado a sair do atual Regime de Recuperação Fiscal (RRF) para entrar no Propag, que estabelece diferentes formas de pagamento das dívidas com o governo federal, como transferência de dinheiro, de ações de empresas estatais, de bens móveis ou imóveis e de créditos do estado para a União. A dívida de Minas com a União é estimada em R$ 165 bilhões.

Uma das possibilidades para amortizar a dívida do estado é federalizar estatais, como a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Companhia de Saneamento do estado (Copasa) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).

Mudanças no texto

Antes de ser levado ao plenário, o projeto de lei passou por mudanças na Assembleia. Na Comissão de Administração Pública, foi apresentado um novo texto - substitutivo nº 2 - feito pelo deputado Charles Santos (Republicanos), que retira uma parte do substitutivo anterior (feito pela Comissão de Constituição e Justiça) que exigia leis específicas para autorizar o contrato de refinanciamento da dívida e para transferir bens públicos à União.

O substitutivo nº 2 manteve a decisão de tratar separadamente a criação de um limite para os gastos do governo (teto de gastos). Segundo a Comissão de Constituição e Justiça, esse ponto precisa ser discutido em outra proposta, o Projeto de Lei Complementar 71/25, porque só pode ser aprovado por uma lei complementar.

O novo texto também mantém a regra de que o governo só pode pedir para sair do RRF se já tiver enviado o pedido para entrar no Propag. Além disso, exige que o governo envie um relatório à Assembleia com todas as informações sobre esse processo de transição entre os programas.

No parecer, o relator explica que, embora o RRF alivie temporariamente a situação financeira, ele acaba sendo muito pesado para o Estado no longo prazo, pois dificulta os investimentos e a continuidade de políticas públicas. Já o Propag, segundo ele, oferece custos menores, juros mais baixos e maior previsibilidade para o governo planejar e pagar sua dívida, ajudando a manter as contas públicas em ordem.

Propostas rejeitadas

A Comissão de Administração Pública recebeu 11 sugestões de mudança no projeto, mas todas foram rejeitadas. Essas sugestões incluíam, por exemplo, a criação de um comitê para acompanhar a adesão ao programa, a divulgação de relatórios a cada três meses sobre os pagamentos da dívida, e a proibição de vender imóveis onde funcionam escolas e hospitais para ajudar a quitar o débito.

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Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.